Zhou Youguang em sua casa em Pequim, em 2012. Foto: WikipediaZhou Youguang em sua casa em Pequim, em 2012. Foto: Wikipedia
As agências de notícias de todo o mundo noticiaram na tarde de hoje a morte do linguista e dissidente Zhou Youguang, pai do “pinyin” – a escrita latinizada do chinês, que acabou se universalizando.
As rádios de vários países estão dando destaque ao fato dele ter sido um feroz crítico do regime comunista em seu país.
Zhou Youguang morreu aos 111 anos em Pequim, em sua casa, ontem, sábado, um dia depois de comemorar o seu 111º aniversário.
Ele ficou conhecido como o principal criador de um sistema de transcrição dos caracteres do mandarim chinês para alfabeto latino introduzido na década de 1950 na República Popular e que se impôs no mundo inteiro.
O “pinyin” desempenhou um papel crucial na difusão do mandarim e na redução do analfabetismo na China, e foi essencial para integrar a escrita chinesa às interfaces da informática.
Enviados para viver no campo durante a Revolução Cultural, Zhou Youguang se tornou após sua aposentadoria em um feroz crítico do regime comunista chinês.
“Francamente, não tenho nada de bom a dizer sobre Mao Tse-tung”, reconheceu em entrevista à AFP em 2015, quando tinha 109 anos de idade, enquanto lamentava as décadas “perdidas” pelo país.
Zhou publicou uma dúzia de livros que foram submetidos a cortes significativos da censura chinesa.
Defendia com especial virulência a ideia de que as reformas econômicas introduzidas por Deng Xiaoping na década de 1980 eram inúteis sem mudança política.