Parecia a primeira vista uma simples festa de paróquia, mas a Festa da Primavera, da Pastoral da Pessoa Idosa da Igreja São João Clímaco, na Zona Sul da capital, em São Paulo, na tarde do último sábado, dia 17 de setembro, foi mais do que uma tarde de confraternização e diversão.
A programação de um “desfile de moda” pelas participantes da PPI foi um exemplo de como se pode fazer um trabalho intergeracional, com o propósito de valorização da pessoa idosa, junto com as famílias, de uma maneira simples e direta. O custo foi baixo, o material usado foi fornecido pelos próprios membros da comunidade e somente duas coisas eram grandes: o carinho e o agradecimento que todos transmitiam.
Capitaneada por Eunice Lopes Alves, a Tia Nice, e com o trabalho das líderes, a Festa da Primavera reuniu membros da comunidade do bairro, líderes da PPI, catequistas de diferentes paróquias, do Grupo de Terço Família Maria da Paz e convidados.
Durante a tarde mais de 80 pessoas cantaram e dançaram, assistiram ao desfile e aproveitaram o lanche oferecido a todos os presentes. Perto do final da festa ainda tiveram a surpresa da visita de um grupo grande que faziam a formação de batismo que foram ao salão de festa ampliar a confraternização.
A PPI da igreja São João Clímaco atende 135 idosos com o trabalho voluntário de 33 líderes e já conseguiu reverter situações muito difíceis de violência doméstica. Uma senhora de 80 anos, que sentada se mostrava satisfeita de estar participando da Festa da Primavera, há pouco mais de um ano apanhava da nora, em casa. Acompanhada pela PPI ela hoje garante que está sendo respeitada na sua residência e que seus familiares se assustaram com o respaldo que ela recebeu.
“ Eu não quero que coloque meu nome para todos saberem, porque isso pode mudar de novo a situação em casa. Antes estava muito difícil, cheguei a apanhar na cara da minha nora. E quando a gente não tem para aonde ir fica muito difícil. O pessoal da Pastoral mudou a minha vida. Elas vão me visitar e a família passou a me respeitar”, disse a idosa, que apesar do olhar triste se mostrava tranquila, num depoimento a jornalista Herminia Brandão.
Foram vários os depoimentos informais, de pessoas presentes que se declararam mais felizes por receberem a visita frequente dos membros da Pastoral da Pessoa Idosa. Algumas têm vergonha de revelar nomes e serem identificadas nas fotos, pois muitas ainda vivem conflitos em casa. Passear e cantar são as coisas que apontam as mais importantes.
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