

Violência Contra a Pessoa Idosa: Prevenção e Repressão foi o tema da palestra apresentada pelo Promotor de Justiça do Idoso do Ministério Público de São Paulo, Delton Esteves Pastore, durante a XXIII Conferência Nacional da Advocacia Brasileira, que se realizou em São Paulo de 27 a 30 de novembro de 2017. Ele que também advogou de 1986 a 1990 atuou na Comissão de Ética e Disciplina da OABSP.
Na sua fala, ele chamou a atenção dos crescentes casos de abandono de pessoas idosas e mesmo de negligência que chegam a sua sala diariamente. Ressaltou a falta de capacitação da sociedade para lidar com questão do envelhecimento e defendeu o empoderamento da pessoa idosa como uma forma de prevenção desses problemas.
Ele deu vários exemplos de preconceitos contra a pessoa idosa, que muitas vezes aparecem de forma disfarçada, mas que precisam ser combatidos. Contou de uma emissora de Tv que foi chamada a atenção porque o comentarista esportivo disse que o gandula tinha falhado no jogo, porque era velho e por isso não tinha como continuar atuando naquela função. O comentarista teve que se retratar publicamente na emissora.
Aproveitando estar numa conferência de advogados, o Promotor de Justiça, frisou a necessidade da categoria se capacitar para atender a demanda cada vez maior de causas relacionadas as pessoas idosas.
Embora a lei esteja na Constituição Federal de 1988 e tenha sido corroborada pelo Estatuto do Idoso de 2013, a sociedade como um todo ainda não entendeu o significado do envelhecimento social e as necessidades particulares das pessoas que vivem mais. Os filhos têm obrigação de cuidar dos pais e não fazê-lo para os que precisam é crime, disse Dr. Delton Esteves Pastore.
As questões dos idosos vão cada vez mais chegar nas bancas de advocacia de todo o país e é preciso urgentemente que todos se capacitem para atender a essa enorme demanda. Cada vez mais as famílias entram com pedido de interdição da pessoa idosa. A cada dia aumenta as denúncias de maus tratos aos idosos. O idoso que tem dinheiro está sendo colocado em isolamento pelo interesse das famílias. O idoso que não tem nada está sendo abandonado. Os advogados têm que buscar se capacitar para entender tudo isso e saber atuar de forma correta, alertou o Promotor do Idoso, do Ministério Público de São Paulo.
