Uma nova vacina contra gripe, mais ampla, só está na rede particular

A diretora médica de Influenza e Pertussis na América Latina da Sanofi Pasteur, Dra. Lucia Bricks, professora de Pediatria da USP.
A diretora médica de Influenza e Pertussis na América Latina da Sanofi Pasteur, Dra. Lucia Bricks, professora de Pediatria da USP.
A diretora médica de Influenza e Pertussis na América Latina da Sanofi Pasteur, Dra. Lucia Bricks, Profª de Pediatria, da USP- Universidade de São Paulo.

Na semana passada o laboratório Sanofi Pasteur, o maior fabricante de vacinas do mundo, lançou em São Paulo uma nova vacina contra a gripe, com maior poder de cobertura para todas as idades e a única que pode ser dada para crianças a partir de 6 meses de idade, no Brasil.

 A nova vacina, que comercialmente chegou com o nome FluQuadri,  já foi aprovada nos EUA há dois anos e em 2015 só está disponível no Brasil em clínicas de vacinação privadas e nas empresas com interesse em imunizar seus funcionários.

 A diretora médica de Influenza e Pertussis na América Latina da Sanofi Pasteur, Dra. Lucia Bricks professora de Pediatria da USP, explicou que a influenza, ou simplesmente gripe, não é tão inofensiva quanto parece e que principalmente os idosos e os recém nascidos devem receber mais atenção.

 “O vírus circula anualmente no mundo inteiro, de forma mutante, provocando infecção respiratória com diferentes níveis de gravidade em todas as faixas etárias. Somente entre 5% e 10% dos casos são detectados em adultos e de 20% a 30%, em crianças. Só em 2014, a influenza foi responsável por 326 óbitos no Brasil e, em todo o mundo, estima-se que aconteçam 5 milhões de casos graves por ano, com 250 mil a 500 mil mortes.  E esses números são possivelmente subestimados, pois nem todos os casos de morte são investigados com testes sensíveis e específicos. Além disso, a maioria dos óbitos por complicações ocorre em período em que não é mais possível identificar os vírus”, falou a Dra. Lucia Bricks.

 A vacina quadrivalente contra a gripe foi fabricada com os mesmos cuidados daquela que está sendo oferecida na rede pública. A diferença está na maior capacidade de cobertura. Ela protege contra quatro cepas do vírus que causa a gripe: duas cepas A (subtipos H1N1) e H3N2) e duas cepas B (linhagem Victoria e Yamagata).  A linhagem de vírus B a mais (Vitória).

O valor da dose única que vem numa seringa já preenchida está em torno de R$ 120,00 a R$150,00.

 Para a diretora do Laboratório essa cobertura a mais pode fazer uma grande diferença, principalmente quando se pensar nos números de população atingida.

 “Para se ter uma ideia, se essa vacina quadrivalente estivesse disponível durante as dez temporadas de influenza de 1999 a 2009, os Estados Unidos poderiam ter reduzido em 2,7 milhões os episódios de febre, 21,4 mil menos casos de hospitalizações e 1,37 mil óbitos a menos. A partir de 2009, quando o mundo inteiro se viu diante da pandemia da gripe, as autoridades sanitárias passaram a olhar mais para a responsabilidade das campanhas de vacinação contra a gripe e a divulgação sobre os efeitos dos vírus passou a ser fundamental”, disse a Dra. Lucia Bricks.

 Na coletiva de imprensa do Laboratório estiveram presentes também as médicas Nancy Cristina Junqueira, Sheila Homsani e o Dr. Marco Aurélio Safadi que falaram sobre os impactos da doença e as formas de prevenção.

 Todos foram unanimes em defender que o importante é que a população não deixe de tomar a vacina, seja a tríplice ofertada pela campanha pública ou a vacina quadrivalente.

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