Rogério Chequer, do NOVO, é a quinta entrevista na série com os candidatos ao Governo de São Paulo sobre propostas para os idosos

Rogério Cherquer,candidato do NOVO ao governo do Estado nas eleições de 2018. Foto: jornal3idade.com.br
Rogério Cherquer,candidato do NOVO ao governo do Estado nas eleições de 2018.

Rogério Chequer Ramalho Machado, 50 anos, que fez sua campanha eleitoral somente como Rogério Chequer, é o candidato do Partido Novo, para governar São Paulo nos próximos quatros anos. Ele, que nos recebeu em seu escritório no bairro do Itaim Bibi, é a quinta entrevista na série que o Jornal da 3ª Idade está publicando com todos os candidatos.

Estreante na corrida a um cargo público, o engenheiro paulista Rogério Chequer, divorciado e pai de dois filhos ficou conhecido como o principal líder do movimento Vem Pra Rua, que realizou os protestos pedindo o impeachment da então presidente Dilma Rousseff.

Embora durante a conversa tenha mostrado ser conhecedor das questões mais importantes necessárias para famílias com membros bastante idosos – devido a convivência com seu pai atualmente com 92 anos, “lúcido e inquieto” -, não incluiu nenhuma proposta específica no seu programa de governo.

Ele defendeu para o seguimento dos idosos a mesma linha de propostas que defende para todos os demais seguimentos: a redução da estrutura do Estado, inclusive na assistência social; a parceria com a iniciativa privada para criação de centros de convivência com idosos; a privatização da Previdência Social; a fiscalização nas aposentadorias já concedidas para evitar fraudes; a reinserção de idosos no mercado de trabalho; a ampliação das parcerias privadas nos serviços de saúde e o uso da tecnologia para melhorar a gestão pública.

Atrair o trabalho voluntário da população em funções como Cuidadores, por exemplo, é uma experiência que ele conhece bem dos Estados Unidos e que acredita que também pode ser promovida em São Paulo, com ganhos para todos.

Muitas pessoas querem ajudar de alguma forma, de forma voluntária, as pessoas idosas e na maioria das vezes não sabe como. Várias delas também idosas que estão bem e tem uma boa qualidade de vida que podem doar algumas horas do seu dia e assim também se sentirem úteis, defende o candidato.

A parceria com a iniciativa privada pode fazer com que a gente construa um número expressivo de centros de convivência para idosos, que podem ser melhorados e servir de apoio para as famílias. Eu sei o quanto isso é importante, tenho uma irmã que assumiu a maior parte do acompanhamento diário do meu pai, que aos 92 anos é lúcido e muito ativo. Sem esse suporte eu não teria como fazer muitas das coisas que faço, mas sei que nem todas as famílias tem essa estrutura, diz Chequer.

O candidato defende que a mobilidade urbana receba uma atenção especial em relação aos idosos e que a questão do cuidado com as calçadas seja destacada.

Com a parceria de empresas poderemos melhorar muito serviços que estão sendo feitos com gastos absurdos e resultados finais que não atendem ao que precisamos. Hoje existem tecnologias suficiente para apontar o que é melhor para cada região, então se cruzarmos os dados das populações de idosos do local com os serviços que as empresas podem fazer teremos soluções novas e com custo mínimo para o Estado. Tenho certeza que muitas empresas têm interesse em trabalhar nessa área. Precisamos é apresentar bons projetos.

Rogério Chequer leu as mesmas perguntas encaminhadas igualmente para todos os demais candidatos, sobre alguns dos assuntos mais necessários para os idosos de São Paulo, mas preferiu comentar em blocos.

Envelhecimento no Estado

Esse envelhecimento crescente tem que ser visto como uma oportunidade de trabalhar as questões por uma nova abordagem. Temos que fugir do clientelismo e trabalhar os idosos em inserção na sociedade de formas diferentes. Deixar para o atendimento final, quando o idoso realmente não tiver mais condição, toda a assistência que ele precisa.

Saúde

O atendimento domiciliar aos idosos é muito importante e pode evitar deslocamentos muitas vezes necessários. A minha experiência familiar ensinou isso. Muitas vezes os familiares têm que sair com o idoso de casa para um atendimento de rotina e mobiliza todo mundo. Existem muitas empresas interessadas em trabalhar com essa área da Saúde. Isso vai evitar enormes gastos do Estado e certamente proporcionar um atendimento melhor do que o velho modelo de posto de saúde. Claro que o Estado não pode se ausentar de ajudar nos momentos críticos e quando a família realmente não tiver condições. O Estado tem que trabalhar principalmente na prevenção de saúde, nas campanhas de vacinação, em campanhas mais massivas e na estratégia de melhor uso do recurso público na área da saúde.

Os hospitais têm que ser repensados. Com tecnologia podemos otimizar o seu uso de forma a atender todas as pessoas. Defendo a parceria com a iniciativa privada para que eles sejam modernizados e atendam com mais qualidade. Mesmo os hospitais de pesquisa podem trabalhar com parceria privada, isso acontece no mundo inteiro.

Transporte

Existe a lei atual que precisa de fiscalização para realmente ser efetivada. A primeira coisa é fazer um real levantamento da situação e sentar com a empresas para negociar. Existe a obrigatoriedade de dois lugares gratuitos e os demais a passagens vendidas a 50% do valor, que na verdade não vem sendo obedecida. Precisamos pensar o que é melhor para todos. Numa negociação poderemos chegar a conclusão de aumentar o número de vagas obrigatórias liberando as demais e assim garantirmos o real funcionamento.

ILPI 

As casas de repouso representam uma preocupação em todo o mundo. Temos que fazer um trabalho junto com a área de Saúde e com as parcerias. Temos muitos bons exemplos de casas particulares oferecendo serviços de padrão excelente, mas fora da possibilidade da média da população. Como poderemos aproximar isso das pessoas? Teremos que trabalhar nisso, mas, certamente poderemos pensar em incentivos fiscais para empresas que possa oferecer um bom trabalho com experiência nessa área.Fundos Municipais
Precisamos trabalhar para atrair doações das empresas para os Fundos Municipais pois dessa maneira vamos estar proporcionando recursos para que as próprias cidades desenvolvam as suas soluções. Isso é um trabalho que o Estado pode desenvolver com facilidade e temos experiência para isso.

Investimentos em Equipamentos

A construção de centros de convivência que tenha várias funções sem dúvida tem que ser pensada de uma forma mais ampla pelo Estado. Os idosos têm que ficar perto das suas casas e das suas famílias e por isso tem que ter equipamentos perto. A concepção deles é que tem que ser diferente. Um centro de convivência deve ser um lugar onde toda as famílias do lugar possam participar, principalmente com um forte trabalho voluntário. Essa integração é fundamental.

Esportes

Rogério Chequer não conhece o JORI, mas defende total apoio para todas as iniciativas que promovam esportes. Ele promete trabalhar para atrair empresas que possa ajudar a promover torneios esportivos e capacitação para professores e educadores de atividades física.

Lazer para a terceira idade

As pessoas mais velhas precisam de lazer até como forma de combater a depressão. O Estado pode promover um programa específico junto a rede hoteleira de redução de tarifas na baixa temporada e fora dos momentos de pico. É importante proporcionar condições para que as famílias façam seus idosos se divertirem. Só não pode ser um encargo somente do Estado terá que ser um trabalho do governo, das famílias e das empresas privadas.

Podem estar certos que no meu governo vou dar uma atenção especial aos idosos pois venho de uma família que vive isso no dia a dia.