Rachel Katz gerente do Centro Dia Unibes fala da conquista do serviço

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Rachel Vainzoff Katz, gerente do Centro Dia Unibes. Foto: Jornal da 3ª Idade

Para conhecer mais sobre o Centro Dia Unibes, que fez uma festa para comemorar seu primeiro ano de prestação de serviços, como primeiro equipamento desse tipo, bancado pelo município de São Paulo, o Jornal da 3ª Idade fez uma entrevista, no final do evento, com a gerente do Centro Dia do Idoso Unibes, a fisioterapeuta Rachel Vainzoff Katz,  que contou sobre o nascimento do projeto e os avanços conquistados nos últimos meses.

 Jornal da 3ª Idade- O que representa está comemoração para o trabalho com idosos na cidade de São Paulo?

 Rachel  Vainzoff Katz– Representa muito a realização de um grupo de idosos da Região da Sé, que foram atrás da criação de um Centro Dia na Região Centro, para oferecer um serviço especializado para essa população mais vulnerável socialmente.

 Jornal da 3ª Idade– Esse é o primeiro centro dia público da cidade de São Paulo?

A partir da esquerda: Paula Santos, supervisora SAS-Sé; Vanda Aparecida Ferreira, assistente social SAS-Sé;Neuci Ignoti Pelegrino, coordenadora do CREAS-SÉ; Rachel Katz gerente do centro dia; Patrícia Severo, da Unibes; Bárbara Leiner, diretora social da Unibes e o  promotor de justiça da Vara do Idoso, Delton Esteves. Foto: Jornal da 3ª Idade
AA partir da esquerda: Paula Santos, supervisora SAS-Sé; Vanda Aparecida Ferreira, assistente social SAS-Sé; Neuci Ignoti Pelegrino, coordenadora do CREAS-SÉ; Rachel Katz gerente do centro dia; Patrícia Severo, da Unibes; Bárbara Leiner, diretora social da Unibes e o promotor de justiça da Vara do Idoso, Delton Esteves. Foto: Jornal da 3ª Idade

Rachel Vainzoff Katz– Sim é o primeiro, mas tem uma vitória a mais, porque ele não existia no Plano de Metas da Prefeitura que previa a criação de 15 Centros Dia, sendo que nenhum na Região Sé. Foi a mobilização feita pela rede de idosos (RPDI) que tem a D. Olga Quiroga, a D. Cida Costa, a D. Creuza, entre outras lideranças,que foi até a audiência, se juntou com uma grande parceira que é a UNIBES e conseguiu incluir o 16º Centro Dia no Plano de Metas. E no final ele acabou sendo o primeiro a ser inaugurado, implantado e em funcionamento.

 Jornal da 3ª Idade– A presença de familiares na confraternização deixou contente vários idosos. O vínculo familiar é o esforço de trabalho mais importante?

 Rachel Vainzoff Katz– A gente está comemorando mesmo é o fortalecimento do trabalho no resgate desses vínculos, porque são pessoas que não tinham mais o vínculo com a família ou tinham de uma maneira muito desgastada

 Jornal da 3ª Idade– Qual a capacidade máxima de atendimento do Centro Dia Unibes?

 Rachel Vainzoff Katz– O projeto é para 30 idosos e estamos com toda capacidade.

 Jornal da 3ª Idade– Os idosos são moradores de que local da Região Centro?

 Rachel Vainzoff Katz– Nós atendemos os oito subdistritos do Centro: Bela Vista, Bom Retiro, Cambuci, Consolação, Liberdade, República, Santa Cecília e Sé.

 Jornal da 3ª Idade– Como os idosos chegam até o Centro Dia e como são escolhidos?

 Rachel Vainzoff Katz– Os idosos podem reivindicar a vaga de várias maneiras, diretamente pela família, pela indicação de um vizinho que percebe o abandono, pelos profissionais da área da Saúde. Mas a nossa validação para o ingresso é feita pelo CREAS-SÉ- Centro de Referência Especializado de Assistência Social. Não é um serviço de porta aberta.

Jornal da 3ª Idade– E o que pode ser claramente observado no comportamento desses idosos que foram trabalhados pelo Centro Dia desde a inauguração?

Rachel Vainzoff Katz– A diferença é clara em relação ao autocuidado, autoestima e vínculo familiar. Nós temos casos de pessoas que o documento de solicitação de vaga foi assinado por um vizinho ou conhecido, que chamamos de família estendida. Eram pessoas que estavam vivendo com a ajuda e apoio de outros. Hoje pelo menos um familiar está acompanhando e isso faz muita diferença. Então nós estamos contribuindo para mudar a cabeça do familiar, para provar que o idoso não é um estorvo. O idoso volta para casa com peças que ele produziu e tendo histórias para contar. Isso faz a diferença. São idosos vulneráveis, prioritariamente beneficiários do BPC (Benefício de prestação continuada que é pago pelo governo federal para quem não tem renda).

Jornal da 3ª Idade– O idoso faz algum tipo de contribuição financeira para o centro dia?

Rachel Vainzoff Katz– Nenhuma. As despesas são pagas pela Prefeitura com a parceria da Unibes no gerenciamento do serviço.

Jornal da 3ª Idade– E o que eles recebem todos os dias?

Rachel Vainzoff Katz– Eles têm uma van que vai busca-los. Tem toda a alimentação do dia: café da manhã, almoço e lanche da tarde. Tudo balanceado e acompanhado por nutricionistas. Eles têm acompanhamento médico, que muitos já não faziam há muitos anos. Uma grande com diferentes atividades como oficinas sócia educativas, de autocuidado e segurança alimentar, rodas de conversa, palestras sobre cidadania, história da arte. Então existe a mudança no físico e no cognitivo em função de todo o ambiente trabalhado em conjunto.

Jornal da 3ª Idade– Durante a confraternização os familiares elogiaram bastante a equipe técnica que atende os idosos. É feita uma capacitação especial?

Rachel Vainzoff Katz– Nós temos 10 cuidadores para atender os 30 idosos. Temos a equipe técnica que é formada por uma assistente social, por um psicólogo, por uma terapeuta ocupacional e por dois profissionais da Saúde, que é a enfermeira e nutricionista. Então o Centro Dia Unibes é o primeiro serviço hibrido, mas alocado dentro da assistência social.

Jornal da 3ª Idade– Existe um prazo para o idoso ficar no Centro Dia?

Rachel Vainzoff Katz– Não há prazo delimitado. Nossos idosos só vão sair quando realmente tiverem o agravamento do seu quadro de saúde. Nós já tivemos essa experiência desde a abertura do serviço. Tivemos óbitos e problemas de saúde, porque são mais idosos. Nossos idosos estão na faixa dos 80 anos. Nosso trabalho é uma previa para a institucionalização. É um trabalho para evitar ou adiar ao máximo que o idoso vá para uma ILPI (Instituição de Longa Permanência). Por isso a importância do resgate com a família.

Jornal da 3ª Idade– E quando se abre a vaga, como ela é preenchida?

Rachel Vainzoff Katz Pela lista de espera. A demanda é muito grande na Região.

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