Promotor Alexandre de Oliveira Alcântara fala da falta de respeito aos idosos no trânsito de Fortaleza CE

Promotor de Justiça da 17ª Promotoria de Justiça Cível de Fortaleza, Alexandre de Oliveira Alcântara. Foto: particular
Promotor de Justiça da 17ª Promotoria de Justiça Cível de Fortaleza, Alexandre de Oliveira Alcântara. Foto: particular
Promotor de Justiça da 17ª Promotoria de Justiça Cível de Fortaleza, Alexandre de Oliveira Alcântara. Foto: particular

Estudo da professora Maria Cecília de Souza Minayo, de 2014, mostra que os acidentes de transportes ocorridos no desumano trânsito das cidades brasileiras estão entre as principais causas externas de morte de idosos. Fortaleza não é diferente.

Ao investigar mortes de idosos no desembarque e embarque de ônibus em Fortaleza, descobri um dado assustador: segundo a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), no período de 2010 a 2015, somente do perímetro urbano de Fortaleza, 332 idosos morreram atropelados.

Isso significa uma triste estatística para o trânsito da cidade de Fortaleza: a) mais de 55 idosos mortos por ano; b) quase cinco idosos por mês; c) mais de um idoso por semana; e d) um idoso morto a cada seis dias.

No trânsito da Capital, os idosos passam por uma combinação de desvantagens; dificuldades de movimentos, próprias da idade e da limitação físico/psíquica, se somam a muita falta de respeito e mesmo a violências impingidas por motoristas e as negligências do poder público.

Dentro desse contexto, fato constatado é que algumas dessas mortes ocorreram no momento do embarque e desembarque dos transportes coletivos. O poder público, as empresas de ônibus, motoristas em geral (transportes coletivos e individuais) e a sociedade devem procurar, por todos os meios, evitar que tantos acidentes com tão graves consequências continuem ocorrendo no trânsito de Fortaleza e compreender que, em razão do aumento da expectativa de vida e do consequente número de idosos em nosso país, cada vez mais teremos pessoas desse grupo etário circulando nos espaços públicos.

Mais do que urgente é a necessidade de pensarmos e agirmos para mudar esse cenário de calamidade no trânsito de Fortaleza.

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