

Paulo Skaf, que desde julho trabalha sua terceira tentativa de sentar na principal cadeira do Palácio dos Bandeirantes, é a sétima publicação da série que o Jornal da 3ª Idade está fazendo com os candidatos ao Governo de São Paulo, focando exclusivamente em propostas para as pessoas idosas e as políticas públicas voltadas para o envelhecimento no Estado de São Paulo.
O presidente licenciado da Fiesp não marcou a entrevista pessoalmente, embora o Jornal da 3ª Idade tenha insistido até a última quarta-feira, quando sua assessoria de imprensa comunicou que ele não tinha agenda para o encontro, mas que iria responder as perguntas que tínhamos anteriormente encaminhado, como fizemos para todos os candidatos.
Skaf, que ficou em segundo lugar em 2014 e quarto lugar em 2010, citou várias vezes, durante entrevistas e na propaganda eleitoral que tem projetos novos para o trabalho com idosos, para realizar em parceria com entidades.
Várias unidades do SESI abrigam grupos de terceira idade, mas costumam manter uma programação bastante conservadora. Em algumas unidades, há algum tempo, existe a reivindicação de mais investimento no esporte dos idosos, nos moldes do que é dedicado aos jovens, com patrocínio de torneios.
As respostas que foram encaminhadas
Pergunta 1–Demografia
A pergunta é feita pela socióloga aposentada, Celina Rangel, que trabalhou na Prefeitura de São Paulo, foi uma das idealizadoras do primeiro Núcleo de Saúde do Idoso da Região Sé, e atualmente faz parte da RPDI- Rede de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa do Centro.
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Qual a proposta que a sua candidatura oferece para trabalhar as necessidades que o crescente aumento da população idosa imporá ao Estado nos próximos anos?
Paulo Skaf – O estado de São Paulo possui 6,4 milhões de idosos, o equivalente a 14% da população. Até 2050, serão 14 milhões (cerca de 30% do total de habitantes). O grupo que cresce de maneira mais expressiva é o formado por idosos longevos, que vivem 80 anos ou mais. Portanto, precisamos preparar o estado para o envelhecimento da população. Uma das minhas propostas para mudar esse quadro é reforçar as parcerias do governo com prefeituras, ONGs e entidades para criação de atividades sociais, culturais e esportivas votadas para a Terceira Idade.
Pergunta 2 –Promoção Humana
A pergunta é feita pela coordenadora da Pastoral da Pessoal Idosa, da Arquidiocese de São Paulo e da Rede de Solidaria de Formação em Envelhecimento, a advogada e Mestranda em Gerontologia, Conceição Aparecida de Carvalho.
- Considerando que o envelhecimento populacional é um processo em curso, quais são os objetivos propostos para as políticas públicas de saúde que visem a promoção social, a prevenção e a garantia dos seus direitos nos segmentos mais vulneráveis dessa população?
Paulo Skaf – A expectativa de vida aumentou muito nos últimos anos. Precisamos garantir que essa elevação seja acompanhada por um avanço na qualidade de vida. Para isso, é crucial contar com saúde pública de qualidade e na rapidez necessária. Não há maior desrespeito do que um idoso esperar semanas, e até meses, por um exame. Também quero expandir e aperfeiçoar a ação dos Centros de Convivência, Centro-Dia e demais espaços de integração e cuidados direcionados à população idosa. Outro ponto importante e pouco mencionado em propostas políticas para os idosos é a questão do emprego. Quero desenvolver políticas para a redução do desemprego na Terceira Idade e para ampliação da longevidade profissional por meio de cursos técnicos e treinamentos. Esse é um grupo com grande experiência profissional, mas precisa de treinamento para os novos tipos de empregos.
Pergunta 3 – Transporte
A pergunta foi feita pela psicóloga Zina Costa, do Instituto Acolher, que também é coordenadora do Fórum Popular da Pessoa Idosa de Guarulhos
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Como a sua candidatura pretende abordar a questão dos transportes para idosos. Em toda a sua abrangência ela apresenta desafios que não estão sendo abordados pelos governantes. Como ficará a gratuidade nas passagens urbanas, interurbanas e interestaduais, que está na Política Nacional do Idoso, está no Estatuto do Idoso, mas em São Paulo não é obedecida pela maioria das cidades? E o transporte de pessoas idosas com necessidades especiais?
Paulo Skaf – As diretrizes da Política Nacional do Idoso e do Estatuto do Idoso precisam ser cumpridas. Segundo a Política Nacional do Idoso é direito da pessoa maior de 60 (sessenta) anos e com renda igual ou inferior a dois salários-mínimos a reserva de duas vagas gratuitas em cada veículo, comboio ferroviário ou embarcação do serviço convencional de transporte interestadual de passageiros. Caso essas vagas já estejam ocupadas, o idoso tem direito ao desconto de 50% no valor da passagem nos demais assentos. Já o Estatuto do Idoso define que aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semiurbanos. Essas regras precisam ser cumpridas. Vou aumentar a fiscalização nos transportes coletivos interurbanos e interestaduais. No que diz respeito ao transporte urbano, vou apoiar as prefeituras para garantir que os direitos dos idosos sejam cumpridos.
Pergunta 4- Instituições de Longa Permanência
A pergunta foi feita pelo administrador de empresas, Gerson Ribeiro Magalhães, que atua há mais de 20 anos em ILPI- Instituição de Longa Permanência, foi vice-presidente do Conselho de Assistência Social de Guarulhos e conselheiro do Conselho Estatual do Idoso de São Paulo.
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Como a sua candidatura pretende olhar para as ILPI? O que se pode esperar para aqueles idosos que realmente não terão recursos, nem família para apoiá-los até o final?
Paulo Skaf – Com o número crescente de idosos, precisaremos fortalecer cada vez mais a atuação das Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), com aumento do número de vagas nos casos onde há muita demanda e implementação de ações de integração social e promoção da saúde para os idosos. Os ILPIs não podem funcionar como os asilos antigos onde os idosos ficam isolados, sem acesso a atividades, estímulos e vivência social. É imperativo darmos dignidade e boa qualidade de vida para essa parcela da população.
Pergunta 5 – Esportes
As perguntas são feitas pelo professor Roberto Monteiro Fonseca, Perito Criminal aposentado, que mora em Rio Claro e é coordenador da LIVATI- Liga Independente de Voleibol Adaptado à Terceira Idade.
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O JORI – Jogos Regionais dos Idosos é realizado pelo Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo (idealizador) e pela SELJ- Secretaria de Esportes Lazer e Juventude (executora). A SELJ tem por objetivo a difusão do esporte. Existe em vosso plano de governo algum tópico voltado para a realização de mais competições voltadas para o idoso e realizadas pela SELJ?
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A modalidade que mais agrega idosos no JORI é o voleibol adaptado. Todos os anos são feitas modificações nas regras, o que atrapalha, e muito, o planejamento e trabalho sério. Há alguma recomendação para o próximo secretário esportes quanto à organização do JORI?