A Dra Lessandra Michelim é médica infectologista, presidente da Sociedade Rio-grandense de Infectologia, e professora na Universidade de Caxias do Sul e especialista em Vacinologia pela Fundação Mérieux e a Université de Genève, na Suíça. A Drª Lessandra Michelim é médica infectologista, presidente da Sociedade Rio-grandense de Infectologia, professora na Universidade de Caxias do Sul e especialista em Vacinologia pela Fundação Mérieux e a Université de Genève, na Suíça.
A maioria dos idosos do país já se acostumou com o calendário da vacina contra o vírus influenza- a chamada vacina da gripe- principalmente porque são alertados pelas massivas campanhas anuais.
A vacina da gripe tem que ser repetida todo ano, pois a cada estação novos vírus aparecem e só a vacina recente está atualizada para o devido combate.
No entanto, existem outros tipos de vacinas, que também precisam ser tomadas como medida de prevenção, para as quais nem todos os idosos estão atentos. O ideal é todo mundo manter uma carteira de vacinas em dia, como as crianças, levando em conta o período de renovação de cada uma delas.
A chegada do outono é o período ideal para essa preocupação, pois é o momento da prevenção das doenças respiratórias, não só por ser uma das principais causas de morte no Brasil, que se disseminam com mais facilidade nos meses frios, mas pelo fato de serem mais severas com os idosos.
Além da gripe, outra grande ameaça à saúde dos mais velhos, principalmente nesse período, é a pneumonia. Nos últimos anos ela vem recebendo mais atenção dos médicos pois além de ser a segunda infecção respiratória mais frequente no país, tem apresentado um fenômeno recente alarmante: o aumento no Brasil do número de casos de pneumonia causados por um vírus que é resistente a antibióticos.
Na rede pública existe uma vacina gratuita que protege de 10 tipos de vírus. Uma outra, mais recente, que cobre 13 tipos de vírus, inclusive o que é resistente aos antibióticos, já pode ser tomada em dose única para o resto da vida, mas essa ainda não está sendo oferecida pelo governo e só é encontrada em clínicas particulares de vacinação. Ela pode ser tomada a qualquer momento, não só no período da campanha de vacinação.
“Num primeiro momento pode parecer um valor caro, já que a dose única custa entre R$250 a R$300,00, mas o idoso ou a sua família tem que pensar que esse valor vai estar garantindo o sistema imunológico, que na idade avançada já está comprometido com outras doenças. A vacina Prevenar 13 é a única de longa duração licenciada no Brasil que oferece proteção contra o sorotipo 19-A que é o resistente aos antibióticos. É como é importante que o idoso tenha essa prevenção, o valor gasto deve ser encarado como um investimento”, explica a médica Lessandra Michelim, presidente da Sociedade Rio-grandense de Infectologia, e professora na Universidade de Caxias do Sul e especialista em Vacinologia pela Fundação Mérieux e a Université de Genève, na Suíça.
A médica gaúcha lembra que na Região Sul do Brasil, exatamente por ser a região mais fria do país, existe uma preocupação maior com a vacinação dos idosos e que a atualização da carteira de vacinas é uma prática comum, o que não se observa com tanta frequência em demais regiões do país.
“O número de internações por infecções respiratórias nos idosos aumenta a cada dia e isso é um prejuízo para todos os envolvidos. A rede pública interna demais idosos com pneumonia e assim todas as pessoas estão pagando essas internações. Nós brasileiros é que estamos sustentando esse sistema. É caro também para a rede privada pois as internações onera os planos de saúde. Como infectologista acredito que não tem cabimento a gente manter um sistema que pode ser evitado com um trabalho de prevenção”, concluiu a médica Lessandra Michelim.
Não existe nenhuma contra indicação para os idosos tomarem essa vacina, mesmo entre os bem mais velhos, acima de 90 anos. Nessa faixa etária além da prevenção da pneumonia pelo vírus é muito importante reduzir o risco do pneumococo sair do pulmão e cair no sangue e assim circular pelo corpo inteiro da pessoa, aumentando consideravelmente a probabilidade de morte.