
Uma novidade da eleição de 2016 em São Paulo está marcada para o próximo dia 9 de setembro, às 14 horas, no Casarão Belvedere, na Rua Pedroso, no bairro da Bela Vista.
Pela primeira vez duas candidatas chamam para um debate exclusivamente sobre as suas propostas para o envelhecimento na cidade de São Paulo.
“Conversa com Luiza Erundina e Muna Zeyn”- como elas estão chamando o encontro- quer debater com os que lá forem (aliados ou não das suas campanhas) os compromissos que ambas estão assumindo com os idosos paulistanos, após a eleição.
Elas se reuniram durante meses, semanalmente com gerontólogos e lideranças de idosos que levantaram as principais demandas da cidade. Na lista que elas começam a divulgar para toda a imprensa estão demandas antigas que vem sendo negligenciadas há muitos anos e outras que somente agora começaram a sair do papel, num ritmo muito menor do que o necessário.
As pessoas que acompanham o movimento dos idosos e aqueles que estudam o envelhecimento esperavam que nessa campanha eleitoral a situação dos cidadãos mais velhos fossem estar no centro do debate.
Afinal, São Paulo não é só a maior cidade do país. São Paulo é a cidade que concentra a maior população idosa, com pouco menos de 1 milhão e 700 mil pessoas com mais de 60 anos, segundo o site de “Projeção da População do Brasil e das Unidades da Federação”, do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Em 2030, faltando apenas 14 anos, São Paulo terá mais pessoas com 60 anos do que adolescentes. Enquanto no Brasil de hoje temos 12% da população de idosos, aqui em São Paulo já estamos com 14%. Esses números não estão espelhados nas políticas públicas praticadas hoje.
Pior, não estão aparecendo como deveriam nas propostas dos candidatos.
As grandes manifestações sociais de 2013 mandaram recados que alguns candidatos já começaram a esquecer. Não basta falar somente sobre os temas a que estamos acostumados.
Claro que educação, saúde transporte e moradia continuam sendo as prioridades, mas quem vai precisar escolher onde investir o dinheiro público tem que saber que a mobilidade, a saúde e a moradia numa cidade envelhecida tem prioridades diferentes.
Não vai dar para construir moradia popular em espigões com muitas escadas. Não adianta trabalhar somente em cima de creche se 25% das mulheres da cidade estarão fora do período reprodutivo.
Como a cidade vai fazer para construir instituições de longa permanência, Centros-Dia, Centros de Convivência para os idosos? Como conseguir verbas para a construção de Hospitais especializados, de diferentes complexidades? Como oferecer apoio gratuito para as famílias que precisam sair para trabalhar e ter uma assistência digna para os seus idosos?
No folheto que escreveram para divulgar essa “ conversa” elas lembram que em 1989, quando a Política Nacional do Idoso ainda não tinha sido regulamentada e o Estatuto do Idoso ainda nem tinha começado a sair do papel, elas realizaram o primeiro evento importante para debater envelhecimento na cidade de São Paulo. Luiza Erundina era Prefeita de São Paulo e Muna Zeyn era sua principal assessora.
Idoso: Encargo ou Património, que foi debate durante três dias no SESC Consolação, em 1989, com apoio da PUC, da Unifesp e depois se transformou num livro, levantou as necessidades dos idosos que serviram depois como pauta pioneira para a implantação de políticas públicas da nossa cidade. Até hoje é apontado como referência nos cursos de gerontologia.
Independente da coloração partidária, todos as pessoas preocupadas com as questões do envelhecimento na cidade de São Paulo devem parar para escutar os que essas duas senhoras idosas estão propondo.
Conversa com Luiza Erundina e Muna Zeyn
9 de setembro às 14 horas
Casarão Belvedere
Rua Pedroso nº 267, Bela Vista