Instituto de Longevidade Mongeral Aegon é lançado em São Paulo

Evento de divulgação do Instituto de Longevidade Mongeral Egon. Foto: Jornal da 3a Idade

Na manhã de hoje, em São Paulo, foi oficializada a criação de uma nova entidade voltada para discutir as questões do envelhecimento no Brasil: o Instituto de Longevidade Mongeral Aegon.

Com um perfil mercadológico, sem a intenção de se fixar nas questões sociais ou assistenciais, esse Instituto de Longevidade, segundo seus criadores, quer trabalhar com propostas diferenciadas de inserção das pessoas maduras, nos vários segmentos da sociedade.

Queremos debater o que ninguém está se preocupando. Longevidade é bom, claro, mas tem um preço para a sociedade. Quem paga? Como paga? A mídia não está discutindo isso. A gente quase não vê nada na Globo sobre isso. Os políticos quase não se interessam. Não vemos as pessoas estudando isso. Vamos trabalhar para debater a longevidade no mercado e oferecer projetos, disse o idealizador do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, Nilton Molina.

Nilton Molina,Presidente do Conselho de Administração da Mongeral Aegon e idealizador do Instituto Longevidade.
Nilton Molina,Presidente do Conselho de Administração da Mongeral Aegon e idealizador do Instituto Longevidade.

Nilton Molina, além de Presidente do Conselho de Administração da Mongeral Aegon, vice-presidente da Associação Comercial do Estado de São Paulo e diretor da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização, é também um estudioso da história da Previdência no Brasil. Dos seus mais de 50 anos de experiência nesse mercado, parte foi dedicado a tentar mudar o modelo brasileiro. Em maio de 2003, criou polêmica ao participar de uma audiência pública da Comissão da Reforma da Previdência, da Câmara dos Deputados, em Brasília . Anos depois, se aventurou num projeto político da criação de uma União dos Aposentados, que não deu certo, segundo ele porque as pessoas não conhecem o seguimento de verdade.

O evento– Para ratificar os propósitos do Instituto, o evento realizado no Instituto Tomie Otake, contou com o depoimento de profissionais destacados, em segmentos diferentes, que falaram sobre o impacto que estão sentindo nas suas áreas de atuação e sobre várias das mudanças ainda não assimiladas.

Foi apresentada uma pesquisa sobre os impactos sociais e econômicos da longevidade no País, realizada por Renato Meirelles, CEO do Data Popular. Falaram ainda sobre as necessidades de mudanças: Fabio Coelho, presidente do Google Brasil, Sérgio Valente, presidente de Comunicação da Globo, Hélio Zyberstajn, professor da FEA-USP, Wesley Mendes, professor da FGV-EAESP, Bradley Schurman, Sênior Advisor da AARP.

Fábio Coelho, da Google Brasil, enfatizou o quanto ainda a questão da tecnologia é vista com preconceito pela maioria dos mais velhos que não se dedicam em aprender e pelas empresas que não apresentam projetos para essa faixa etária. Ele ressaltou o exemplo de Jacques Lewkowicz, um dos publicitários mais premiados do país, vencedor de 17 Leões de Cannes, que vendeu sua participação na agência da qual era cofundador, a Lew’Lara/TBWA, para se tornar um estagiário do Google. Lew é, desde fevereiro de 2015, o segundo funcionário mais velho da gigante de buscas, perdendo apenas para Vint Cerf, 71, um dos criadores da internet.

O Instituto– O Instituto de Longevidade Mongeral Aegon está associado a outros Institutos de Longevidade no mundo: o Instituto Transamérica e o Centro Aegon para Longevidade e Aposentadoria. Os três Institutos têm em comum o apoio do Grupo Aegon.

Atuante em mais de 20 países, o Grupo Aegon é um dos maiores grupos seguradores do mundo, especializado em seguros de vida e pensões, com sede na Holanda.

Um dos diretores da Aegon, presentes no lançamento do Instituto Longevidade, disse que o Instituto de Longevidade do Brasil vai funcionar como o “ terceiro pé do banco” internacional, garantindo informações que ajudem a criar produtos e serviços adequados para os mais velhos.

Iniciativas– Duas novas frentes encabeçam os primeiros trabalhos do Instituto Longevidade: o lançamento do Movimento Real.Idade que busca reunir apoiadores em todos os segmentos da sociedade em torno do tema, e incentivar a requalificação e reinserção. Para isso criaram um site www.movimentorealidade.org que pretende disponibilizar serviços e ferramentas para requalificação profissional, auxilio na reinserção ao mercado de trabalho, auxílio tecnológico, orientação financeira, programa de desconto em medicamentos, entre outros benefícios.

O Instituto também trabalha na proposta de um Projeto de Lei que cria o Regime Especial de Trabalho do Aposentado (RETA), que prevê relações trabalhistas mais flexíveis e incentivos para empresas que contratarem profissionais aposentados e com mais de 60 anos. A redação do projeto de lei coube aos professores Hélio Zylberstajn, da FEA, e Nelson Mannrich, da Faculdade de Direito da USP.

O Instituto de Longevidade tem uma missão clara para colocar a questão da longevidade firmemente na agenda de desenvolvimento para a sociedade brasileira. Além de fornecer pesquisa, vamos propor soluções com impactos sociais e econômicos definidos. Nós também temos grandes ambições para criar um” movimento social “, envolvendo indivíduos, empresas privadas, instituições e governo na discussão sobre a evolução demográfica e através da sensibilização para as oportunidades e os desafios futuros, disse o diretor executivo do Instituto Longevidade, Henrique Noya. “

Outro projeto que já está sendo desenvolvido é o lançamento do índice REAL.IDADE longevidade, que irá destacar como 500 cidades brasileiras estão se preparando para atender as necessidades do envelhecimento dos seus habitantes. O índice é baseado em mais de 80 indicadores – de saúde e bem-estar ao financiamento e à habitação.