

O Auditório Queiroz Filho, do Ministério Público de São Paulo, foi lotado, na tarde de ontem, por mais de 300 idosos, técnicos e profissionais que atuam na área do envelhecimento, nas entidades que fazem parte da RDPI – Rede de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa, da Capital.
O encontro foi marcado para que os participantes dessa REDE recebessem orientações sobre os temas que vão nortear a Conferência Municipal da Pessoa Idosa, cuja data ainda não foi marcada oficialmente, mas que deverá acontecer até o dia 30 de junho, data limite para todas as conferências municipais, segundo o calendário nacional do CNDI- Conselho Nacional do Idoso.
“Espero que os idosos continuem fazendo a sua parte como hoje, quando estão lotando o nosso auditório. Ninguém perde direitos porque faz 60 anos. Todos os direitos que a pessoa teve a vida inteira continua a ter depois que se torna idoso. Com o Estatuto do Idoso os idosos passaram a ter mais direitos e não menos. Os idosos têm que garantir a sua representação. Numa conferência a gente tem que pensar num direito coletivo e não porque a filha da minha vizinha toca música alto. Não é isso que vai ser discutido lá. Temos que debater as questões que atingem, que afetam muitas pessoas”, falou a Promotora de Justiça do Idoso, do Ministério Público do Estado de São Paulo, Cláudia Berê, que fez a primeira palestra do encontro.

A valorização do voto do idoso também foi abordado pela promotora, que fez questão de ressaltar a importância de todos continuarem a exercer esse direito que faz parte da cidadania.
“Nós últimos anos vem crescendo o desinteresse na política e a gente escuta as pessoas falarem Ah que bom agora que fiz 70 anos não preciso mais ir votar. Isso é ruim. A cada ano que tem eleição e o TER divulga as estatísticas e nelas se percebe a presença do idoso de 60 a 69 anos porque é obrigatória, mas se os de 70 anos e mais não participam isso também fica registrado. Os políticos vivem e dependem de voto e eles querem fazer o discurso para aqueles que são ou poderão ser seus eleitores. Então se o idoso não vota não pode exigir que eles tenham um discurso voltado para a pessoa idosa. Então é muito importante essa consciência tanto das lideranças que precisam levar aos amigos e aos familiares da mesma faixa etária. O voto da pessoa idosa é importante como uma regra, não como uma exceção”, falou a Promotora Claudia Berê.

“ Os idosos têm que participar de todos os seguimentos da sociedade e não só dos encontros que discutem as questões dos idosos, porque pessoas idosas estão em todos os lugares. Eu dou como exemplo um encontro que teve na Câmara Municipal do Idoso de São Paulo, no ano passado, quando o GARMIC esteve presente numa reunião que discutia as necessidades de ampliação de creches. Quando começamos a fazer interferências, quem coordenava a mesa se levantou e disse que nós estávamos na reunião errada. Eu disse a ele que creche é assunto de idoso sim, pois sem creche as idosas têm que ficar em casa cuidando dos netos, ao invés de sair para cuidar das suas coisas”, disse Olga Luiza Quiroga, líder do Grupo de Articulação pró Moradia do Idoso, que falou sobre o Eixo Participação, um dos que serão tema das próximas conferências.
A assistente social Elizabeth João, gerente do CRECI- Centro de Referência da Cidadania do Idoso, da Prefeitura de São Paulo, administrado pela CROPH- Coordenação Regional das Obras de Promoção Humana, que também estava representando o presidente do GCMI- Grande Conselho Municipal do Idoso, falou sobre a importância do regimento interno da conferência.

A assistente social do Ministério Público do Estado de São Paulo, Lucimara Cardoso do Amaral apresentou num telão as principais propostas que haviam sido apontadas em encontros anteriores promovidos pela RDPI, em diferentes regiões da Capital. Nesse momento várias novas propostas surgiram e muitos idosos registraram a sua insatisfação na falta de informação sobre os encontros que o Conselho Municipal do Idoso vem fazendo, com o caráter de “pré-conferência”, e que não estão sendo amplamente divulgados.
Uma retrospectiva das três conferências estaduais e nacionais apontando a evolução dos números de participantes, dos temas que foram sendo adicionados e a evolução dos direitos garantidos foi apresentada pela jornalista Hermínia Brandão, editora do Jornal da 3ª Idade.

O encerramento do encontro ficou com a fala da professora Maria Antonieta Guerriero, do NEPE- Núcleo de Estudos e Pesquisa do Envelhecimento da PUC-SP.
RDPI
A RDPI- Centro Oeste faz reuniões periódicas com lideranças de entidades que trabalham com idosos e conta com a participação dos seguintes serviços: Associação Reciclázaro, Centro de Acolhida Especial para Idosos Morada São João, Centro de Convivência Casa de Clara, Centro de Referência da Cidadania do Idoso – CRECI, Centro de Referência de Assistência Social da Sé – CRAS / Sé, Centro de Referência de Assistência Social de Pinheiros – CRAS / Pinheiros, Centro de Referência de Assistência Social da Lapa – CRAS / Lapa, Centro de Referência Especializado de Assistência Social Sé- CREAS Sé, Centro População de Rua – Centro POP Barra Funda, Conselho Gestor Unidade Básica de Saúde Santa Cecília, Fórum do Idoso Butantã, Fórum do Idoso Lapa, Fórum Idoso Pinheiros, Grande Conselho Municipal do Idoso – GCMI, Grupo de Articulação para Moradia do idoso da Capital – GARMIC, Grupo do Bem Estar e da Felicidade, Instituição de longa Permanência Butantã – ILPI Butantã, Núcleo de Convivência do Idoso Dom Orione – NCI Dom Orione, Núcleo de Estudos e Pesquisa do Envelhecimento – NEPE PUC/SP, Serviço de Assistência Social à Família Bela Vista – SASF/Bela Vista, Serviço de Assistência Social à Família Bom Retiro – SASF/Bom Retiro, Subprefeitura Pirituba/Jaraguá, Supervisão Assistência Social Sé – SAS / SÉ, Supervisão Técnica de Saúde Pirituba/Perus, Supervisão Técnica de Saúde Lapa/Pinheiros, Supervisão Técnica de Saúde/SÉ, Unidade de Referência à Saúde do Idoso Sé – URSI / SÉ.