O isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19 está, entre outras consequências, fazendo com que as pessoas passem menos tempo ao ar livre e expostas ao sol. Para algumas pode parecer benéfico, por desacelerar o fotoenvelhecimento, mas a falta de vitamina D absorvida dos raios solares, pode afetar principalmente quem tem predisposição para doenças de pele.
O sol é responsável por 80 a 90% da produção de vitamina D do organismo, nutriente vital para a saúde dos ossos, além de garantir a boa saúde cardíaca e também contribuir para o funcionamento adequado do sistema imunológico.
A dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, chama a atenção para a importância de criar hábitos que mesmo sem sair de casa possam ajudar a não ficar sem o sol.
Alguns estudos têm apontado à vitamina D como sendo capaz de proteger contra a infecção do COVID-19. É importante ressaltar que tais estudos ainda são superficiais e não há comprovação científica desse fato, sendo então necessárias mais pesquisas sobre assunto. Por isso, mesmo durante o isolamento social fazer 15 minutos diários de exposição solar nos braços e pernas já são suficientes. Isso pode ser feito no momento de colocar o lixo para fora, levar o cachorro para passear ou estender as roupas. Expor ao sol com segurança, ou seja, sempre com fotoprotetor de, no mínimo, FPS 30 e amplo espectro de proteção solar e apenas nos horários recomendados, como antes das dez horas da manhã e após às quatro horas da tarde. O filtro solar não impede a formação da vitamina D, explica a dermatologista.
Um alerta que a médica faz é para quem tem predisposição a doenças como psoríase e dermatite atópica, que não podem ficar sem tomar sol durante esse período de quarentena pode não ser adequado.
Tanto a psoríase, quanto a dermatite atópica são doenças intrinsecamente relacionadas ao sistema imunológico. A exposição segura ao sol é fundamental para a manutenção de um sistema imunológico saudável, pois, a radiação solar possui efeitos anti-inflamatórios e imunomoduladores, sendo assim capaz de aliviar os sintomas dessas doenças de pele. Invista ainda em cuidados que vão atuar diretamente na prevenção e diminuição de sintomas da psoríase e da dermatite atópica, incluindo beber bastante água, evitar traumas na pele, optar sempre por banhos frios ou mornos e rápidos. Aposte em medidas que atuem no controle do estresse, visto que esse é outro fator capaz de agravar as crises dessas doenças, previne a Dra. Paola Pomerantzeff.
A médica também recomenda que as pessoas fiquem atentas a sua alimentação nesse período de isolamento, indicando apostar em uma dieta balanceada composto por alimentos ricos em vitamina D. Peixes gordurosos, ovos e laticínios e alimentos que contenham grandes quantidades de ômega-3 e antioxidantes. Também óleos vegetais, oleoginosas, leguminosas e frutas cítricas, que auxiliam na redução dos sintomas da psoríase e da dermatite atópica.
Outro alerta de dermatologista é para a suplementação indiscriminada, sem recomendação médica. Segundo ela, apesar de grande parte da população sofrer com deficiência de Vitamina D, é preciso cuidados com a ingestão indiscriminada de nutrientes, pois, em excesso, pode gerar efeitos tóxicos, como excesso de cálcio, perda da função renal, calculose renal e perda óssea. Para quem esteja sofrendo com dermatite atópica, psoríase ou acredite que seus níveis de Vitamina D estejam abaixo do recomendado, o ideal é consultar um médico, já que apenas ele poderá descobrir a causa do problema e prescrever a suplementação adequada de acordo com suas características, além do tratamento específico para essas doenças.