Coordenadora da Saúde do Centro da Prefeitura de São Paulo reforma atendimento

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Dra. Rosana Ferro, tem 50 anos de idade, 3 filhos, 6 netos. É enfermeira, especialista em gestão de Saúde e atual coordenadora da Coordenadoria Municipal de Saúde da Região Central da Capital. Foto: jornal3idade.com.br
Dra. Rosana Ferro, tem 50 anos de idade, 3 filhos, 6 netos. É enfermeira, especialista em gestão de Saúde e atual coordenadora da Coordenadoria Municipal de Saúde da Região Central da Capital. Foto: jornal3idade.com.br

A enfermeira com especialidade em Gestão de Saúde, Rosana Marques Ferro Cruz, a nova coordenadora da Coordenadoria Regional de Saúde do Centro, da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, contou em entrevista coletiva hoje pela manhã, que estão sendo estudadas várias modificações no atendimento municipal de saúde, dos nove distritos da Região Central da Capital. 

Na Secretaria da Saúde a divisão é diferente da feita pela Secretaria das Prefeituras Regionais. Na Região Central da Saúde existem 9 distritos: os oito que pertencem a Região Sé, mais a Barra Funda que na outra divisão pertence a Prefeitura Regional da Lapa.

Reorganização foi a palavra que ela mais repetiu durante toda a entrevista. O “grande desenho” que está sendo estudado pela nova gestão da saúde do município é para proporcionar que as regiões de saúde tenham autonomia, ou seja, tenham capacidade de resolver todos os problemas de saúde dos habitantes do seu território.

Segundo a Dra. Rosana, é possível que nesse formato somente as questões referentes aos transplantes não estejam disponibilizadas em todas as Regiões de Saúde.

Ela não soube informar o valor destinado pela Prefeitura de São Paulo para gastar com a Saúde no Centro. Alegou que as modificações feitas em dezembro passado, que desmembraram a coordenadoria que era Centro-Oeste ainda não deram um novo número de CNPJ, o que ainda não possibilita o repasse. No entanto, acha que deve ser da ordem de R$10 milhões.

Segundo ela, a nova configuração vai favorecer os idosos. Ela apontou um estudo, que está sendo feito por uma nova comissão de trabalho, que está identificando as concentrações etárias e as prioridades de atendimento delas, por Região. Num primeiro momento a ideia é fazer uma requalificação no atendimento direto das unidades da Saúde.

Ela garantiu que haverá orientação gerontológica para todos e com mais ênfase nas regiões onde forem identificadas as concentrações de idosos.

Corujão– O programa Corujão da Saúde que pretende zerar a fila de espera de 485 mil exames na rede pública no prazo de 90 dias a contar do início da gestão, deverá ser seguido de outro, voltado para eliminar a fila de consultas com especialistas: o Corujão das Especialidades

Temos pessoas ligando para os idosos para saber se eles aceitam fazer o exame no horário noturno ou se preferem ficar na lista de espera de uma oportunidade diurna. Todos contatados até agora tem preferido fazer logo os exames. Eu mesma liguei para uma senhora de 79 anos e ela disse ia arrumar uma vizinha para ir junto, mas que preferia fazer logo. A escolha de zerar a fila dos últimos seis meses tem uma explicação: os exames com espera maior que seis meses requerem nova avaliação, pois o quadro clínico dessas pessoas pode ter se modificado”, explicou a Dra. Rosana.

Problemas imediatos do Centro Segundo ela a queda do teto da UBS República, no Vale do Anhangabaú, no domingo 29 de janeiro, modificou seu planejamento inicial de trabalho e ela teve que montar em tempo recorde uma nova unidade temporária para atender aos usuários. O desabamento vem sendo noticiado como devido as fortes chuvas, mas a Dra. Rosana a Secretaria ainda aguarda um laudo para sabermos exatamente o que houve com o teto.

Tivemos sorte nesse caso em dois aspectos: não tivemos ninguém ferido, principalmente por ser final de semana e conseguimos um espaço que estava vago e que foi cedido pelo INCOR, aonde conseguimos montar rapidamente uma UBS temporária para atender os usuários da UBS República. Conseguimos que a partir da semana que vem duas vans passem a fazer a cada meia hora, das 7 horas às 19 horas, o trajeto do local antigo para o provisório, para facilitar principalmente para idosos,e portadores de deficiência, mães com crianças  e outras dificuldades de locomoção. Mas isso não foi fácil pois existem protocolos para serem seguidos que tomaram muito tempo para serem executados”, disse a Dra. Rosana.

Cracolândia – Para ela, no entanto de todas as complexidades que existem no Centro da Capital, nada supera a “cracolândia”, que continuará sendo o maior problema da Região.

A Região Central tem particularidades muito diferentes das demais regiões. Temos um bom abastecimento de equipamentos, mas, com serviços sendo feitos de maneira desordenada. Temos que reorganizar de maneira que possamos usar ao máximo o que existe e investir no que realmente falta. A cracolândia preocupa muito a gestão, que vem estudando formas de melhorar as condições de saúde dessa população também. Temos um bom número de serviços de saúde, mas ainda há vazios assistenciais que estão sendo pensados, disse.

Novidades para os serviços nos Distritos do CentroA Dra. Rosana Ferro falou dos projetos que estão sendo trabalhados para cada distrito da Região Central.

1) Barra Funda

Tem uma população geral de 15.562, segundo expectativa para 1º de julho de 2017, da Fundação SEADE.

Esta sendo trabalhada a potencialização do Centro de Saúde-Escola Barra Funda e na reestruturação a URSI (Unidade de Referência à Saúde do Idoso), que foi a pioneira na implantação desse tipo de serviço e que deve mudar de lugar. 

 2) Bela Vista

Tem uma população geral de 72.304, segundo expectativa para 1º de julho de 2017, da Fundação SEADE.

A Região receberá um forte trabalho de reorganização. A UBS Nossa Senhora do Brasil está com baixa adesão e a UBS Humaitá com alta adesão.  Existe uma demanda não atendida na Rua Paim. Estão estudando reorientar o PAI (Programa Acompanhante de Idosos). Existe a possibilidade da N.Sra. do Brasil ficar só com atendimento e a Humaitá se transformar numa unidade só com PAI e Saúde da Família.

3) Bom Retiro

Tem uma população geral de 37.602, segundo expectativa para 1º de julho de 2017, da Fundação SEADE.

Está sendo estudada uma ampliação da UBS. Um projeto de atuação conjunta com a Saúde do Estado deve ampliar os serviços oferecidos ainda no primeiro semestre.

4) Cambuci

Tem uma população geral de 39.743, segundo expectativa para 1º de julho de 2017, da Fundação SEADE.

Vai ganhar uma nova UBS. Está faltando a última parcela do repasse de verba.

5) Consolação

Tem uma população geral de 57.449, segundo expectativa para 1º de julho de 2017, da Fundação SEADE.

É o único distrito que não tem nenhum equipamento da Secretaria Municipal de Saúde. O que está sendo estudado é a criação de um trabalho em conjunto com a Saúde Estadual. Essa região está sendo analisada juntamente com a coordenadoria de Saúde Oeste.

 6) Liberdade

Tem uma população geral de 71.911, segundo expectativa para 1º de julho de 2017, da Fundação SEADE.

Deve ganhar uma nova UPA e uma UBS.

7) Santa Cecília

Tem uma população geral de 87.470, segundo expectativa para 1º de julho de 2017, da Fundação SEADE.

Ganhou um reforço na gerência local ( Enfermeira Daise) e vai fazer uma reorganização nos fluxos de atendimento. 

8) Sé

Tem uma população geral de 25.887, segundo expectativa para 1º de julho de 2017, da Fundação SEADE.

Está sendo estudada uma reorganização. Existe um plano para que a AMA 24h Sé seja transformada em uma UPA.

9) República

Tem uma população geral de 60.769, segundo expectativa para 1º de julho de 2017, da Fundação SEADE.

Deve receber de volta a UBS República, cujo teto desmoronou. Esta sendo estudada a possibilidade de mudança de lugar.

 Dra Rosana Ferro

Rosana Ferro- como é mais conhecida- é uma especialista em “arrumar a casa” na área da Saúde e seus trabalhos anteriores mostram a experiência que ela tem nessa área. Ela já tinha trabalhado na Coordenadoria do Centro, em 2001. Ela foi uma dos responsáveis por coordenar a construção do Plano Estadual de Saúde 2016/2019 e pelo Plano Plurianual do mesmo período.