Conselho Municipal do Idoso de São Paulo fez festa de 25 anos sem o presente esperado

Ex-presidentes do GCMI foram homenageados na solenidade dos 25 anos do GCMI, na Câmara Municipal de São Paulo. Foto: jornal3idade.com.br
Ex-presidentes do GCMI foram homenageados n solenidade dos 25 anos do GCMI, na Câmara Municipal de São Paulo. Foto: jornal3idade.com.br
Ex-presidentes do GCMI homenageados na solenidade dos 25 anos do GCMI, na Câmara Municipal de São Paulo, no dia 21 de setembro de 2017. Foto: jornal3idade.com.br

O GCMI- Grande Conselho Municipal do Idoso de São Paulo comemorou ontem, dia 21 de setembro de 2017, seus 25 anos de existência, com uma solenidade lotada, no salão nobre da Câmara Municipal de São Paulo.

Teve discursos de autoridades, homenagens aos ex-presidentes, apresentação de coral e pessoas emocionadas, só faltou o presente esperado: a assinatura de regulamentação do Fundo Municipal do Idoso, prometida em campanha pelo Prefeito João Dória, que a atual gestão esperava poder comemorar junto com as suas bodas.

A assistente social Clotilde Benedik de Sousa, de 66 anos, coordenadora do Fórum do Cidadão Idoso do Jaçanã/Tremembé, que foi a candidata mais votada da Zona Norte, na última eleição do GCMI e é a sua atual presidente, lembrou na sua fala que embora o idoso esteja vivendo mais em São Paulo, os mais velhos não estão vivendo melhor e isso pode ser sentido pelo aumento das mais variadas denúncias que chegam ao Conselho Municipal do Idoso.

Mesa de honra da solenidade de comemoração dos 25 anos do GCMI. Foto: Richard Lourenço/CMSP
Mesa de honra da solenidade de comemoração dos 25 anos do GCMI. Foto: Richard Lourenço/CMSP

O Dr. Delton Esteves Pastore, promotor de Justiça de Direitos Humanos, da Área do Idoso do Ministério Público do Estado de São Paulo, que também é um dos criadores da Rede Solidária de Formação em Envelhecimento realizada em parceria com a Pastoral da Pessoa Idosa, conclamou as autoridades e os poderes públicos a trabalharem em conjunto.

Muito ainda há por fazer, muito mesmo. E dentro desse trabalho nós sempre içamos a rede pública a trabalhar de forma integrada. Quando os órgãos dão as mãos, a eficiência do serviço público tende a melhorar, disse o promotor.

O Secretário Municipal de Relações Governamentais, da Prefeitura de São Paulo, o médico e ex-deputado Milton Flávio Marques Lautenschlager falou das vantagens que a terceira idade tem hoje, falou da importância de se manter ativo e falou dos seus pais, ainda vivos, morando no Interior, ambos com mais de 90 anos. O Secretario, no seu discurso esqueceu duas promessas que fez aos idosos, no dia 19 de junho, quando recebeu a executiva do GCMI junto com uma comissão de representantes. Na ocasião, na frente da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, Eloísa de Souza Arruda,  ele disse que ia manter uma agenda mensal com idosos. Na ocasião fez uma ironia com a gestão anterior, por não ter assinado o Fundo Municipal do Idoso. O Haddad marcou bobeira, deixou tudo pronto e esqueceu de assinar, deixou de presente para nós e agora o Dória vai assinar. (é verdade que ele não disse quando).

A iniciativa da comemoração na Câmara Municipal, foi do vereador Toninho Paiva, que é presidente da Comissão Extraordinária do Idoso do legislativo municipal.

Comemorar esses 25 anos é muito importante. É uma homenagem não só ao Conselho, mas a também a nossos pais, avós e todos os idosos da cidade. Além da celebração do passado, também é um momento de se discutir o presente e os problemas enfrentados por eles, como a locomoção e o desrespeito aos seus direitos, disse o vereador Toninho Paiva.

Além do presidente, que foi o único a comparecer, a Comissão Extraordinária do Idoso da Câmara Municipal tem mais seis vereadores: Juliana Cardoso do PT; Rute Costa do PSB e André Santos do PRB,  Fabio Riva, do PSDB, Sandra Tadeu, do DEM e Camilo Cristófaro, do PSB. Ninguém mandou justificativa nem mensagem de congratulações para os idosos.

A criação do GCMI

A criação do Grande Conselho Municipal do Idoso de São Paulo foi instituída pela Lei Municipal nº 11.242 de 24.09. 1992, sancionada pela então prefeita Luiza Erundina, hoje deputada federal (PSOL).

Luiza Erundina foi homenageada na comemoração dos 25 anos do GCMI, num agradecimento feito pela presidente do Conselho, Clotilde Benedik de Sousa. Ela não compareceu e foi representada por sua chefe de gabinete, a assistente Social, Muna Zeyn, que também é presidente da Associação Profissional de Assistentes Sociais do Estado de São Paulo. Ao usar a tribuna, Muna fez uma fala contundente, lembrando aos idosos que o governo federal está propondo reformas que pretendem tirar direitos dos trabalhadores.

Os idosos que tanto lutaram pelas conquistas de leis como a criação do Conselho Municipal e do Estatuto do Idoso não podem depois de anos perder direitos. As reformas que o governo federal e o Presidente Temer estão propondo vão prejudicar muitos idosos e nós não podemos permitir que isso aconteça, disse Muna.

Ex-presidentes

Dos 16 ex-presidente do GCMI, nos seus 25 anos de existência,  10 compareceram:  Elzie Maria Mariano  (1992/1993); Deise Jurdelina de Castro Freire (1996/1997); Cecília Baldacim Garcia (2000/2001); Terezinha de Abreu Soares (2004/2005); Irene Cruz Annes da Silva (2006/2007); Antônio Santos Almeida (2008/2009); Marly Augusta Feitosa da Silva (2012/2013); Rubens Casado (2014/2015); Elizabeth Ferreira (2016) e Clotilde Benedik de Sousa, a atual.

Falecidos: Aquilino de Freitas (1990/1991) e Aparecida Inês Pereira Santos 2002/2003

Ausentes: Eunice Faragone Adolfato (1994/1995) que está viajando e Marcel Thomé (2010/2011) que está hospitalizado, se recuperando de uma cirurgia.

Não localizadas: Edith Moura Silveira (1992) ninguém tem notícias. Maria Antônia Rodrigues Gigliotti (1998/1999) que até junho estava morando na cidade de Cruzeiro, no Interior de São Paulo, mas não está mais no endereço e telefones que usava.

Série sobre os 25 anos do GCMI– O Jornal da 3a Idade está publicando uma série de entrevistas e depoimentos com os ex-presidentes e pessoas que foram importantes para os trabalhos do GCMI nos seus 25 anos de existência.

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