O GCMI- Grande Conselho Municipal do Idoso de São Paulo, presidido pela professora Marly Feitosa, aprovou ontem ao final da sua assembleia mensal, realizada no auditório Prestes Maia da Câmara Municipal de São Paulo, uma Moção de Repúdio ao Decreto Federal 9893 de junho de 2019 que “desmontou” o CNDI- Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa e criou um novo modelo que restringe a participação da sociedade civil.
A atitude do GCMI revela a preocupação de centenas de conselhos municipais de todo o país que diante dessas alterações – e quebra do princípio constitucional de paridade dos conselhos – possa contaminar as instâncias municipais que lutam diante dos governos locais pela garantia dos direitos dos idosos.
O texto aprovado é semelhante ao aprovado na reunião do Fórum Paulista de Conscientização do Envelhecimento, realizada no dia 26 de julho e que teve a presença de dezenas de conselheiros do GCMI.
Um movimento em defesa da restauração do CNDI cresce em todo o país e vários conselhos estaduais e municipais estão se manifestando. Na próxima sexta-feira, 9 de agosto, uma comissão do CEI- Conselho Estadual do Idoso de SP se reunirá para tomar a mesma atitude de divulgar um documento.
Nossa manifestação não é partidária, não é contra nem a favor de nenhum governo. O que queremos é demonstrar nossa insatisfação em relação ao que ocorreu com o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa. Nós que estamos na ponta, trabalhando nos conselhos municipais precisamos do exemplo de um órgão maior que tenha interlocução na sua esfera de poder. Por isso o Conselho Estadual e o Conselho Nacional são nossos inspiradores. Se eles forem desmontados perderemos força junto ao poder municipal. Por isso temos que nos unir nessa manifestação, disse a presidente do GCMI, Marly Feitosa.
O GCMI adotou o slogan #GCMSPemfedesado CNDI e #GCMISPemfedesadosConselhos.
Também foi aprovado a organização de um encontro com representantes de todos os Fóruns da Capital para debater o mesmo assunto.
Apresentação de São Mateus na 1ª parte do GCMI
Na primeira parte da assembleia do GCMI foi feita a apresentação dos trabalhos que sao realizados no distrito de São Mateus, na Zona Leste da Capital, por algunsdos profissionais que coordenam no bairro a RASPI- Rede de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa, da Área Técnica de Saúde da Pessoa Idosa, da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.
São Mateus tem servido de referência na Capital no desenvolvimento de experiências bem sucedidas nos serviços municipais da Saúde exatamente por conseguir realizar um trabalho integrado entre os serviços voltados para as políticas públicas para os idosos.
Ricardo Augusto Rotter Montibeller, Fisioterapeuta de formaçao, Mestre em Gerontologia, que também será delegado como representante do governo municipal na Conferência Estadual do Idoso, marcada para setembro próximo, falou sobre o trabalho da URSI- Unidade de Referência à Saude do Idoso de São Mateus, no qual é o gestor desde 2016, quando ela foi inaugurada. Ele explicou que não é um serviço de atendimento direto e que o idoso precisar ser encaminhado. De maneira informal tentou explicar que embora seja um atendimento especializado para os idosos “todas as pessoas devem fazer o possível para não precisar usá-lo, pois o tratamento é dirigido para as pessoas fragilizadas”.
Claudia Lucena, Terapeuta Ocupacional da URSI São Mateus, Conselheira Gestora da Supervisão Tecnica de Saúde de São Mateus, pelo segmento dos trabalhadores, fez uma apresentação centrando na importância da integração que conseguem fazer na região de atendimento, com os vários serviços existentes para atenção e a proteção da pessoa idosa. Ressaltou não só os serviços da Saúde, mas também os da Assistencia Social e da Cultura e a atuação junto com o Fórum do Cidadão Idoso de São Mateus.
A participação dos idosos no Fórum de São Mateus tem uma grande importância no êxito dos nossos trabalhos, pois eles realmente participam e cobram soluções. Sem dúvida isso move para buscarmos melhorar o serviços. Temos também a Vera Lúcia da Silva que é uma pessoa muito articulada e que sem dúvida soma muito em todo o trabalho, disse Claudia Lucena que também faz um trabalho de Dança Senior com os idosos na URSI e projetou no telão fotos dos trabalhos.
Rosana Oliveira, coordenadora do PAI São Mateus – PAI Iguatemi falou sobre o Programa Acompanhante de Idosos, que é realizado no bairro e quem em 2018 foi escolhido pelo terceiro ano consecutivo pelo Ministério da Saúde para constar no “Mapeamento de Experiências Exitosas Estaduais e Municipais no Campo do Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa”.
O PAI de São Mateus é um projeto da Prefeitura Municipal de São Paulo, gerenciado pela Fundação do ABC, que foi implantado em julho de 2016 para atender idosos em situação de fragilidade física, vulnerabilidade social, carentes de um olhar zeloso de cuidados devido seus familiares ausentes. Assiste mais de 300 idosos realizando 90% dos seus atendimentos em domicílio, por uma equipe multiprofissional (médico, enfermagem, assistente social e os acompanhantes de idosos). Oferta transporte para locomoção de seus pacientes assistidos na Rede, promove a saúde e a inclusão social.
Rosana Oliveira explicou que a Multimistura que motivou a premiação é um suplemento alimentar adaptado para os idosos com auxílio médico e nutricional da Rede. O programa através de uma ação imediata trabalha com a multimistura oferecendo à idosos em estado crítico de saúde. Ela mostrou fotos de idosos que tiveram um recuperação surpreendente depois que passaram a ingerir esse complemento alimentar.
