

Quem mora no bairro do Butantã, na Zona Oeste da Capital, tem uma opção bastante agradável de participação e convívio, com o grupo do Circuito Butantan da Maior Idade, que reúne cerca de 35 pessoas, duas vezes por semana, nas dependências do próprio Instituto do Butantan.
Eu estive lá na última segunda-feira. Fui de Metrô, desci na Estação Butantã, peguei um ônibus num ponto ao lado da estação, dos vários que podem ser utilizados, e desci três pontos depois. Fiz isso porque estava garoando, porque por quatro quadras é possível chegar caminhando, sem problemas. As calçadas estão em boas condições.
Confesso que há muitos anos não visito o Instituto Butantan e como a maioria das pessoas a primeira imagem que vem são as cobras e as vacinas. Mas sei que lá tem muito mais informação científica e os museus, com parte da história de São Paulo. Como era uma segunda-feira estava tudo fechado, mas lá contaram da exposição atual sobre os 100 anos da Gripe Espanhola, que está aberta à visitação.

Não fiquei muito tempo com eles, pouco mais de uma hora, mas conversando falei da proposta do Jornal da 3ª Idade, um pouco da minha trajetória de jornalista e busquei descobrir pouco mais das expectativas das pessoas que lá estavam.
Um pessoal bonito, a maioria, como sempre, de mulher. Uma turma que já se habitou ao grupo de WhatsApp para combinar os passeios, mas a ainda gosta do impresso para ler notícias.
Entre os membros reencontrei uma antiga colega de jornalismo, a Eliana Haberli, agora já aposentada, mas que faz parte da história das mulheres jornalistas paulistas. Nos últimos anos temos trocado mensagens pelo Facebook, mas há muitos anos não nos encontrávamos ao vivo. Foi gostoso revê-la.

As atividades desse grupo estão abertas toda as pessoas interessados, sem restrições de regiões da cidade, mas como elas começam cedo, acabam mesmo privilegiando quem mora nas imediações.
Para saber mais sobre como o Circuito Butantan da Maior Idade acontece conversei com o seu coordenador,Horácio Alberto Fernandes Filho.
Jornal da 3ª Idade – Quando surgiu o grupo do Circuito Butantan da Maior Idade?
Horácio Alberto Fernandes Filho – em 2015 ele começou aqui no Instituto Butantan, mas com a administração de uma outra entidade que fazia a administração do Projeto. Nós só emprestávamos o local. A partir de agosto de 2016, como acabou a patrocinadora, o Instituto Butantan resolveu assumir o Circuito Butantan da Maior Idade.
Jornal da 3ª Idade – Você é um funcionário do serviço?
Horácio Alberto Fernandes Filho – Não. Eu sou um aposentado, que trabalhou durante muitos anos no mercado financeiro, depois foi estudar Biologia e que chegou ao grupo como membro da terceira idade. Somente depois da mudança da administração é que fui convidado para essa coordenação.
Jornal da 3ª Idade – Quantas pessoas frequentam o Circuito Butantan da Maior Idade?
Horácio Alberto Fernandes Filho – Hoje estamos com 35 pessoas.
Jornal da 3ª Idade – Qual é o perfil dos participantes?
Horácio Alberto Fernandes Filho – São ex-funcionários, familiares deles e pessoas que moram na região. Na verdade, é aberto para todas as pessoas, de qualquer lugar, mas quem acaba frequentando são as pessoas do bairro. Não existe nenhum custo para participar.
Jornal da 3ª Idade – O Instituto Butantan é uma fonte de muitos assuntos. Os pesquisadores da instituição colaboram com palestras?
Horácio Alberto Fernandes Filho– Com certeza, muitos pesquisadores colaboram.
Jornal da 3ª Idade – Qual a proposta principal desse trabalho?
Horácio Alberto Fernandes Filho – O viés do trabalho do Circuito é o cognitivo da pessoa idosa. Queremos que ele pense, que ele descubra coisas novas, que ele aprenda. Queremos que ele pense em Artes, em História, de Música. Estamos estimulando que participem do Coral do Butantan, recém-criado. Porque para atividades físicas existem vários grupos e eles acabam participando deles. Nosso negócio é aproveitar o DNA do local tão rico em informações.