Em 2016, 84% dos casos de câncer da tireoide serão entre as mulheres

O médico Erivelto Volpi é especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço e doutor em Clínica Cirúrgica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Ocupa do cargo de médico na Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da FMUSP e no Hospital Alemão Oswaldo Cruz e um dos coordenadores do Thyroid Cancer International Meeting, considerado um dos eventos científicos mais importantes da especialidade. Foto: divulgação
O médico Erivelto Volpi é especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço e doutor em Clínica Cirúrgica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Ocupa do cargo de médico na Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da FMUSP e no Hospital Alemão Oswaldo Cruz e um dos coordenadores do Thyroid Cancer International Meeting, considerado um dos eventos científicos mais importantes da especialidade. Foto: divulgação

No dia 25 de maio foi o Dia Internacional da Tireoide, mas o crescimento da incidência do câncer da tireoide em todo o mundo, cerca de 10% em todas as faixas etárias, nos leva a estar atentos, sempre.

Esse aumento deve-se, também, ao fato do maior acesso ao diagnóstico devido ao uso do ultrassom da tireoide, que permite a detecção de pequenos nódulos, que não poderiam ser diagnosticados no passado.

Existem estudos recentes sobre disruptores endócrinos – substâncias químicas que interferem no sistema hormonal que alteram a forma natural de comunicação do sistema endócrino -, que também podem ser uma das causas do aumento da incidência desse tipo de câncer.

O Instituto Nacional de Câncer – INCA – registrou nos anos de 2014 e 2015 mais de nove mil casos, sendo pouco mais de mil em homens e oito mil em mulheres.  A estimativa do INCA para o ano de 2016 é que serão registrados cerca de 6 mil casos de câncer da tireoide, destes 84% (5.870) em mulheres.

Esse tipo de câncer já é o quinto mais frequente no sexo feminino, sendo o maior risco de incidência na fase reprodutiva. É importante ressaltar que, embora seja mais frequente nas mulheres, a doença afeta também os homens, sendo o 17º mais prevalente entre eles.

Os carcinomas diferenciados são os mais frequentes. Os tipos morfológicos mais comuns são os carcinomas papilíferos (80%), seguidos do câncer folicular (10%) e medular (cerca de 3-5%).

A presença de um nódulo na tireoide, região anterior baixa do pescoço, normalmente não é indicação da presença de um câncer. Entretanto, a ocorrência de nódulo tireoidiano em pacientes com histórico de irradiação prévia do pescoço ou histórico familiar desse tipo de câncer é mais suspeito.

Da mesma forma, nódulo tireoidiano associado à presença de linfonodomegalia cervical (gânglios linfáticos aumentados no pescoço) e/ou ao sintoma de rouquidão pode ser indicação de um tumor maligno na tireoide.

Cerca de 60% dos pacientes com câncer da tireoide recebem o diagnóstico já em estágio avançado, porque, muitas vezes, os sintomas acabam passando despercebidos ou confundidos com outros problemas de saúde. “A investigação precoce de um nódulo maligno pode ser decisiva na vida do paciente, porque quando tratado no início, o câncer da tireoide tem ótimas chances de cura e evita que as células cancerígenas se espalhem para outras partes do organismo.

A cirurgia para a remoção dos nódulos anormais (tireoidectomia) é a principal forma de tratamento. Após a cirurgia, o paciente passa a tomar hormônios para substituir os que não podem mais ser produzidos pela tireoide e, dependendo da avaliação médica, o tratamento é estendido com terapias contendo iodo radioativo.