
Os 25 anos da criação do Grande Conselho Municipal do Idoso de São Paulo, instituído pela Lei Municipal nº 11.242 de 24.09. 1992, começa a ser comemorado na festa que a atual gestão preparou, aberta, grátis, na próxima quinta-feira, dia 21 de setembro, no Salão Nobre, da Câmara Municipal de São Paulo, a partir das 13 horas.
O Jornal da 3ª Idade também quer reverenciar as pessoas que nessas “bodas de prata” se dedicaram, por mais de duas décadas, a ajudar elaborar leis, projetos e serviços para melhorar a qualidade de vida de todos os paulistanos, considerando como tais, todos os idosos que aqui vivem, mesmo os que não são seus filhos natos.
Pela natureza do oficio, mesmo quando se busca fazer um trabalho mais voltado para a exaltação, como foi a ideia inicial dessa série, “os fatos batem na porta” como se costuma falar nos bastidores das redações. Assim, na medida que avançava nas entrevistas fui sendo cobrada para fazer um trabalho maior, com fotos da época, depoimentos de outras pessoas que não pertenceram ao GCMI, mas que muito colaboraram com ele.
Assim surgiu a necessidade de registrar as questões mais contundentes trabalhadas e as dificuldades que passaram aqueles que realmente se empenharam em fazer do GCMI um espaço de debates de políticas públicas para os idosos. Um projeto mais completo deverá sair no primeiro semestre do ano que vem abordando inclusive um período anterior a lei, quando existiram vários trabalhos que ajudaram a construir o caminho da criação do conselho.
A trajetória dos 25 anos do GCMI é rica em fatos, em disputas políticas e em muitos aprendizados. Tanto que, se existe um consenso em todas as gestões, é que a de que: o GCMI sempre foi – e ainda é- um espaço de formação, que faz com que os conselheiros estejam realmente aptos, depois de concluir seu primeiro mandato. Por isso, vários voltaram. Por isso muitos desistiram. Por isso muitos saíram magoados. Por isso também, o perfil do GCMI está mudando.
A série começa a ser publicada ainda em construção. Chegar a todas as pessoas dessa primeira fase foi um trabalho de fôlego, já que não existe um cadastro continuamente atualizado no GCMI de todos os que lá passaram. Essa é parte da crítica de todos que já falaram. Além dos ex-presidentes, esta série destaca duas professoras e duas ex-conselheiras.
A Profa. arquiteta e urbanista, Dra. Dulce Maria Pereira, atualmente no Departamento de Engenharia de Produção, Administração e Economia, da Universidade Federal de Ouro Preto, em Minas Gerais, que em setembro de 1989 coordenou um seminário, que posteriormente se transformou num livro homônimo “Idoso, encargo ou Patrimônio”. Esse evento contou com as principais lideranças de idosos e alguns dos principais profissionais que se dedicavam ao estudo do envelhecimento, na época. Até hoje é considerado um marco, quando o assunto se refere ao debate de políticas públicas para os idosos.
A Profa. Dra. Cíntia Möller Araujo, do Curso de Graduação de Administração da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP e da EPPEN-Escola Paulista de Política, Economia e Negócios, que fez uma pesquisa direta em documentos do GCMI. Ela estudou as atas das reuniões do GCMI de 1989 até 2013. Assistiu nove reuniões do GCMI, entre o período de junho de 2015 e março de 2016. Seu trabalho, publicado em fevereiro de 2016, tem como título O Grande Conselho Municipal do Idoso de São Paulo: Desafios para Influenciar o Processo de Políticas Públicas. Suas considerações vêm sendo apresentadas em palestras, por todo o Brasil.
A ex-conselheira mais idosa, que participou do maior número de gestões, Maria Antônia Crispim, uma das fundadoras do Fórum do Cidadão Idoso do Butantã e de vários conselhos de cidadania. Foi umas pessoas que mais “brigaram” para que o GCMI não fosse extinto, numa época em que ele perigava de acabar. Hoje aos 91 anos continua acompanhando os conselhos da sua região.
Olga Quiroga, que foi eleita presidente, mas impedida judicialmente de tomar posse, por ser chilena, mesmo estando radicada, na época, há mais de 45 anos no Brasil. A Prefeitura de então tinha medo que ela, por ser uma das mais importantes lideranças do movimento de moradia do país, usasse o GCMI como plataforma política.
Homenagens não devem apagar fatos polêmicos ou tentar reescrever a história, mas destacar fatos importantes. É essa contribuição que pretende as reportagens que se seguem.
Hermínia Brandão, editora
Os ex-presidentes do GCMI-Grande Conselho Municipal do Idoso em 25 anos
Elzie Maria Mariano a terceira presidente do GCMI em 1992/1993