São Paulo ganhou mais um Fórum do Idoso na Capital, o da Vila Prudente

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Alguns dos participantes da primeira reunião do Fórum do Cidadão Idoso de Vila Prudente 2016.Foto: jornal3idade.com.br
Alguns dos participantes da primeira reunião do Fórum do Cidadão Idoso de Vila Prudente 2016.Foto: jornal3idade.com.br

Desde a última sexta-feira, dia 23 de setembro, a cidade de São Paulo ganhou um novo Fórum do Cidadão Idoso, desta vez o da Vila Prudente/Parque São Lucas, que fez a sua primeira reunião na sede do NCI Respeito e Dignidade, que funciona na Rua

Os idosos da Vila Prudente, bairro da Zona Leste da Capital em São Paulo, durante vários anos se reuniam para debater as suas questões no Fórum do Idoso de Sapopemba que estava ativo naquele bairro, quando os dois distritos estavam juntos, numa mesma administração regional.

Com o desmembramento, cada bairro ganhou a sua Subprefeitura e também a sua respectiva supervisão de assistência social, o que motivou os profissionais da área a incentivarem a criação do novo fórum.

O representante da Zona Leste, no GCMI que foi o palestrante, Edvaldo Ferreira Santos. Foto: jornal3idade.com.br
O representante da Zona Leste, no GCMI que foi o palestrante, Edvaldo Ferreira Santos. Foto: jornal3idade.com.br

Participaram desse primeiro encontro cerca de 50 pessoas, entre os que participam do núcleo de convivência que é conveniado com a Prefeitura de São Paulo e administrado pela ONG CIAP e visitantes. Grande parte dos que lá estavam fazem parte do Grupo de Dança que se apresentou, com grande sucesso, na festa dos 20 anos do Fórum do Colegiado Leste, realizado no auditório da UNICID, no dia 14 de setembro.

A convite da Supervisora da Assistência Social, Aidee Miranda, o palestrante foi o conselheiro Edvaldo Ferreira dos Santos, o representante mais votado da Zona Leste, no GCMI-Grande Conselho Municipal do Idoso, que falou sobre como o conselho pode colaborar como meio de levar as demandas dos idosos de cada comunidade até as autoridades.

O Conselho do Idoso tem o seu trabalho dividido em comissões – Saúde, Transporte, Segurança, que podem levar para discussão e encaminhando junto as autoridades os problemas que os idosos estão sofrendo no seu território. O Conselho precisa desse contato com os fóruns para saber realmente como os idosos da cidade estão vivendo, falou o conselheiro da Zona Leste, Edvaldo Ferreira dos Santos.

A assistente social, Aidee Miranda Souza, supervisora de assistência social, da SAS de Vila Prudente. Na primeira reunião os idosos de Vila Prudente já se mostraram ativos. Foto: jornal3idade.com.br
A assistente social, Aidee Miranda Souza, supervisora de assistência social, da SAS de Vila Prudente. Na primeira reunião os idosos de Vila Prudente já se mostraram ativos. Foto: jornal3idade.com.br

A jornalista e editora do Jornal da 3ª Idade, Hermínia Brandão, ressaltou a importância do trabalho de resgate da memória dos bairros que pode ser feito por cada fórum do idoso e já deixou uma primeira proposta para um trabalho conjunto do Fórum do Cidadão Idoso da Vila Prudente, de fazer um trabalho em conjunto com o Jornal da 3ª Idade de levantamento de fotografias antigas dos moradores.

A assistente social, Aidee Miranda Souza falou sobre a participação dos idosos presentes nos debates das questões mais importantes do bairro e a possibilidade deles mesmos virem a ser conselheiros do GCMI, no futuro.

Temos que trabalhar para que os idosos conheçam seus direitos na forma da lei, que conheçam o Estatuto do Idoso e como funciona o GCMI. O conselho tem eleições a cada dois anos e nada impede que na próxima, tenhamos representantes nosso, do Fórum da Vila Prudente, disse a supervisora da assistência social Aidee Miranda Souza.

O Fórum na prática

O primeiro dia já revelou à vontade participação de vários idosos que se manifestaram relatando problemas que vivem no dia a dia dos bairros da região. As questões envolvendo as deficiências nos serviços da Saúde- também em Vila Prudente- é a campeã de reclamação. A falta de médico, a falta de remédio e a falta de capacitação para atendimento aos idosos, por parte dos profissionais das Ubs e Amas foi destacado.

Maria Aparecida Alexandre Pereira, de 65 anos, uma filha e uma neta, moradora do bairro há 20 anos, revoltou os presentes ao relatar as enormes dificuldades que vem encontrando há meses para fazer um exame específico das coronárias, sem conseguir retorno nem agendamento. Ela foi conselheira do Conselho de Saúde do bairro de Sapopemba e afirma que lá a situação também é complicada.

Nelson Pereira, de 70 anos, esposo da Maria Aparecida, chegou a se emocionar na frente de todos, ao relatar as dificuldades da esposa em conseguir os exames e o quanto a família está indignada. Ele é uma das lideranças locais junto ao CONSEG, esses grupos de pessoas do mesmo bairro que se reúnem para discutir os problemas comunitários de segurança pública.

Maria Silvia Basso Augusto, de 77 anos, mãe de 4 filhos e avó de 2 netas, é moradora na Vila Prudente há 51 anos. Ela disse que levou 18 meses para conseguir um eletrocardiograma e há 4 meses está esperando por um médico que possa fazer a leitura dele para saber as suas condições de saúde. Ela gosta da ideia de fazer um trabalho de memória no bairro e contou que já esteve na escola da neta contando como era o bairro antigamente. Ela também contou que o marido já sofreu vários assaltos e levou um tiro, cuidando da mercearia da família, mesmo depois de idoso.

Félix Sanchez, de 76 anos, pai de 3 filhos e avô de 6 netos é morador da Vila Guairacá desde 1962. Ele disse que não precisa dos serviços da Ubs do bairro, porque tem plano de saúde particular, mas que tem acompanhado o sofrimento dos vizinhos que não conseguem marcar consulta, mesmo quando estão muito doentes.

As fotos podem ser copiadas por particulares e usadas desde que citada a fonte jornal3idade.com.br   Empresas e prefeituras precisam pedir autorização.