A posse oficial dos 45 conselheiros que vão responder pelo GCMI- Grande Conselho Municipal do Idoso no biênio 2018-2020 aconteceu ontem, no salão nobre da Câmara Municipal de São Paulo. Foi uma festividade, num clima mais protocolar, com discursos de agradecimento aos membros da gestão que se encerrou e as autoridades que compunham a mesa solene.
Mesmo com 1.876.635 eleitores com mais de 60 anos aptos a votar, na cidade de São Paulo, nenhum candidato ao governo de São Paulo, ou mesmo ao Senado, esteve presente ou mandou qualquer mensagem de congratulações. Dos 18 vereadores da cidade que são candidatos somente um esteve presente. Somente um candidato à reeleição para federal participou. No momento em que as assessorias de candidatos estão disputando espaço em eventos para que os seus titulares apareçam, como será que devemos ler essas ausências?
Tanto os conselheiros que saíram, como os que entraram não quiseram aproveitar a cerimônia, que contou com várias autoridades, para lembrar as dificuldades que o Conselho enfrenta para gerenciar os vários problemas que enfrenta na defesa dos idosos. São Paulo é uma das cidades com mais iniciativas de políticas públicas, mas todas em escala muito menor que as necessidades.
Dificuldades – Para o exercício do GCMI faltam estatísticas atualizadas das necessidades específicas de cada distrito. A abertura das salas da terceira idade em cada Prefeitura Regional, aprovada por lei desde os anos 90, que chegou a ser implantada em quatro das 32 regionais e que seria um posto avançado do GCMI nos territórios da cidade, foi cancelada. Falta assessoria para divulgação nos bairros, para um trabalho conjunto com os Fóruns Regionais.
O colégio eleitoral dessa passagem de conselhos foi um dos menores da história do GCMI, criado em 1992. Aliás são poucas as pessoas que sabem porque ele tem esse G no nome, quando os mais de 2 mil conselhos do país adotam somente o CMI. Muitas pessoas presentes na posse, inclusive vários conselheiros eleitos, não sabiam responder a indagação do vice-presidente do CNDI- Conselho Nacional do Idoso, Amin Aur, que fez esse questionamento, na sua saudação.
Por que ter esse nome Grande, ao contrário dos outros do país? É porque São Paulo é o maior Estado?, questionou o Dr. Amin, sem resposta.
O nome como conselho do idoso também já está defasado. Muitos outros, em dezenas de cidades, já começam a trocar pela alcunha de Conselho Municipal da Pessoa Idosa, exatamente para atender as questões de gênero e de direitos humanos.
A presidente que saiu- Clotilde Benedik de Sousa – gestora de um serviço da Prefeitura, que tinha sido eleita para vice e foi içada para o cargo em função do pedido de demissão da presidente eleita antes, fez um balanço burocrático. Mencionou as várias reuniões que o GCMI participou ou acolheu e passou longe de várias polêmicas surgidas. O GCMI na sua gestão passou por três coordenadores da Coordenadoria do Idoso e nos últimos dias viveu a troca para a terceira Secretaria dos Direitos Humanos e da Cidadania, ao qual estão vinculados.
A cerimônia cometeu a gafe de não citar os ex-presidentes que estavam no auditório e nem fez um minuto de silêncio ao ex-presidente Marcel Thomé, falecido exatamente há um mês.
Os diplomas entregues para os conselheiros da gestão passada foi assinado pela Secretaria Adjunta e pela Coordenadoria do Idoso, a presidente do GCMI não aparece, o que revoltou vários dos ex-conselheiros.
A nova presidente do GCMI, Marly Feitosa, que participou da gestão passada como outros 19 conselheiros reeleitos, convocou todas as pessoas para continuarem a participarem e estarem novamente na primeira assembleia da nova gestão do Conselho, dia 4 de setembro, novamente na Câmara Municipal.
Autoridades na mesa solene – O Secretário de Relações Sociais, Milton Flávio, estava representando o Prefeito Bruno Covas; o Deputado Federal, Arnaldo Faria de Sá, o Vereador Gilberto Natalini, a secretaria adjunta da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, Marisa Fortunato, a Promotora de Justiça de Direitos Humanos do MP de SP, Cláudia Berê, o vice-presidente do CNDI- Conselho Nacional do Idoso, Bahij Amin Aur, presidente do Conselho Estadual do Idoso, Cláudia Fló, a Coordenadora de Política para Pessoas Idosas da Prefeitura de São Paulo, Sandra Gomes, o Coordenador de Atenção Básica da SMS, Edmir Rollemberg, Coordenadora de Gestão SUAS, Rosane Berthaud, o Chefe de Gabinete da Secretaria das Prefeituras Regionais, Radyr Lhamas Papini e a representante da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, Dineia Mendes Araújo.
