Conferência ‘Reaprender a Idade: Contributos interdisciplinares’, realizada na cidade do Porto, em Portugal. Foto: CPI/divulgaçãoConferência ‘Reaprender a Idade: Contributos interdisciplinares’, realizada na cidade do Porto, em Portugal. Foto: CPI/divulgação
“Portugal é o país da Europa que menos investe nas pessoas da terceira idade”, a afirmação foi dada por Antonieta Dias, médica e vice-presidente da CPI- Comissão de Proteção de Idosos, ontem, na cidade do Porto, na conferência ‘Reaprender a Idade: Contributos interdisciplinares’.
O evento foi organizado pela CPI com a colaboração do DIAP – Departamento de Investigação e Ação Penal e do Hospital de Santa Maria reuniu mais de 100 participantes entre médicos, juristas, psicólogos, académicos, assistentes sociais, enfermeiros, autoridades e outros profissionais.
Na apresentação dos dados obtidos através de um estudo da Organização Mundial de Saúde, em 53 países, a médica ressaltou a necessidade de maior efetividade no país.
Neste momento somos o país que tem piores condições de cuidar dos idosos, porque falta fazer investimento credível e acompanhado do idoso”, disse a especialista
As propostas levantas propõe a criação de mais alojamentos, no investimento em pessoas dedicadas ao idoso e apoio dos mais velhos e ampliação de campanhas. Regular o lucro das casas de repouso adequando a capacidade do rendimento da população.
No relatório da OMS, Portugal surge ao lado de países como a Sérvia, Áustria, Israel e República da Macedónia e apresenta um “problema sério no que respeita aos maus tratos contra idosos”.
O presidente da Comissão de Proteção ao Idoso, Carlos Branco, declarou que os apoios existentes não são suficientes face ao envelhecimento da população.
Em declarações à agência Lusa, Carlos Branco citou dados da Associação de Apoio à Vítima, relativos a 2016, onde é mostrado que em média três idosos por dia e 19 por semana são vítimas de crime.
Foram registradas 1009 vítimas idosas em 2016. Em 2017 foram 774. Em 2013 foram 679. Delas 67, 4% estão na faixa de 65 a 79 anos e 32, 6% tinham entre 80 e 90 anos. Falou o responsável pela Comissão de Proteção ao Idoso, que declarou que o fato da própria comissão ter sido criada, em 2017, já é um avanço.