Nelson Gonçalves, se estivesse vivo, faria hoje 100 anos (21 de junho de 1919 – 18 de abril de 1998) . Gaúcho criado no bairro paulistano do Brás, tinha um vozeirão e estilo absolutamente únicos, inconfundíveis, apontado por especialistas com o grave mais bonito da história de nossa música.
Nelson Gonçalves foi um dos três cantores mais populares do Brasil, de todos os tempos, rivalizando com Francisco Alves (seu antecessor) e Roberto Carlos (que o sucedeu). Ele foi um dos artístas que mais gravou discos, sempre na mesma gravadora, a antiga “RCA Victor” (que um dia foi somente “Victor” e hoje é a Sony Music). Registrou 157 discos de 78 rotações (com duas faixas, cada). Na fase dos LPs gravou 57 álbuns originais, dois póstumos, além de aparecer em inúmeras coletâneas e dezenas de compactos.
A gravadora Sony está disponibilizando em nas plataformas de streaming (além dos que já estavam lá) 35 discos, inteiramente remasterizados, tendo 27 originais e oito coletâneas que nunca haviam saído antes em digital, lançados entre os anos 1950 e 1990.
O Cantor das Multidões, como ficou conhecido, representa um Brasil antigo, em que a mulher deveria ser abordada de maneira diferente e que fez dele o arquétipo do macho brasileiro. No entanto nada disso tira o valor da sua voz e o valor do romantismo que ele encarnou.
Depois de atravessar momento difíceis na vida particular, nos anos 1960 , quando assumiu ser viciado em drogas, ele foi resgatado pela geração de Caetano Veloso e Gilberto Gil que o reverenciou a partir dos anos 80.
Em São Paulo, no bairro de Santa Cecília, existe um o Bar do Nelson, que toca quase exclusivamente suas gravações, uma homenagem da sua filha, a empresária Lilian Gonçalves.
As playlists temáticas lançadas hoje pela Sony pelo seu centenário:
1 Nelson Gonçalves e o cabaré – Em ritmo de samba-canção e tango, Nelson Gonçalves vai ao submundo dos cabarés, narrando suas paixões e a “tragédia das perdidas” em canções como “Dolores Sierra”, “Carlos Gardel”, “Quem há de dizer”, “Mariposa”, “Esta noite me embriago” e “Deusa do asfalto”. https://SMB.lnk.to/NelsonEOCabare
2 Nelson Gonçalves também é do sambão – Uma seleção dos melhores sambas de várias épocas na voz do cantor. “Foi um rio que passou em minha vida”, “Louco (Ela é seu mundo)” (com Alcione), “Retalhos de cetim”, “Juramento falso”, “Normalista” e “Nega manhosa” estão na seleção. https://SMB.lnk.to/NelsonSambao
3 Nelson Gonçalves além do cabaré – canções de vários temas, das mais sofisticadas (“Preciso aprender a ser só”) às mais populares (“Eu e a brisa”), incluindo bossa nova (“O barquinho”, “Chega de saudade”), sambas de Cartola (“Sim”) e Nelson Cavaquinho (“Notícia”), marchinhas de carnaval (“Serpentina”), e até algumas estrangeiras, como o bolero “Minha (Mia)”, de Armando Manzanero. https://SMB.lnk.to/NelsonAlemDoCabare
4 Nelson Gonçalves e a sofrência – Uma seleção imbatível, pois uma das especialidades do cantor sempre foi a dor-de-cotovelo, incluindo “Negue”, “Cabelos brancos”, “A volta do boêmio”, “Nunca” e “Matriz ou filial”. https://SMB.lnk.to/NelsonSofrencia
5 Nelson Gonçalves interpreta Clássicos da música popular – Pixinguinha (“Rosa”), Noel Rosa e Braguinha (“Pastorinhas”), Caymmi (“Marina”), Ataulfo (“Na cadência do samba”), Roberto Carlos (“Proposta”), Dolores Duran (“Ternura antiga”), Chico Buarque (“As vitrines”), chegando a clássicos do fado português (“Coimbra”) e do tango argentino (“Mano a mano”). https://SMB.lnk.to/NelsonClassicosPopulares
6 Nelson Gonçalves em dueto – Nelson canta com Maria Bethânia (“Caminhemos”), Gal Costa (“Dos meus braços tu não sairás”), Fafá de Belém (“O negócio é amar”), Roberta Miranda (“De igual pra igual”), Fagner (“Mucuripe”), Tim Maia (“Renúncia”), Luiz Gonzaga (“Asa branca”) e outros pesos-pesados da MPB, do samba, do rock e do soul, gravados já nos anos 1980 e 90. https://SMB.lnk.to/NelsonEmDueto