Mogi Mirim, SP, elegeu 4 delegados na 2ª Conferência dos Direitos da Pessoa idosa

Abertura solene da 2a Conferência Municipal da Pessoa Idosa de Mogi Mirim. Foto: jornal3idade.com.br
Abertura solene da 2a Conferência Municipal da Pessoa Idosa de Mogi Mirim. Foto: jornal3idade.com.br

Escutar o que o povo tem para falar, independente do que saia oficialmente no documento final, essa é a maior expectativa desse encontro. Não temos fóruns, nem um trabalho descentralizado nos bairros. Essa é a função dos CRAS da Prefeitura, então essa escuta é muito importante, disse Rosa Maria Silva, presidente do Conselho Municipal do Idoso de Mogi Mirim, na abertura da “2ª Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de Mogi Mirim”, na quarta-feira da semana passada, dia 13 de fevereiro de 2019.

Mogi Mirim, cidade na região Leste do Estado de São Paulo, reuniu 150 pessoas no salão social do Clube Mogiano. Considerada por alguns dos presentes mais tímida que a primeira conferência, que em 2015 apresentou alguns serviços das cidades em pequenos estandes, dessa vez teve toda a programação dividida em dois momentos: a solenidade de abertura e palestras, na parte da manhã e o debate dos Eixos Temáticos, propostos pelo CNDI- Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, na parte da tarde.

Dr. Paulo Roberto Sandy, Rosa Maria Silva presidente do CMI de Mogi Mirim; Secretária da Assistência Social, Leila Feracioli Iazzetta, vice-prefeita Lúcia Tenório e o Prefeito Carlos Nelson Bueno. Foto: jornal3idade.com.br

A abertura foi feita pelo Coral Lyra Mojimiriana, formado por alguns dos idosos que também compõem a Fanfarra da Melhor Idade, ambos trabalhos regido pelo Maestro César Lupinacci. As senhoras Bartira Cintra e Brasília Leonello, as duas com 87 anos, as mais idosas do Coral, disseram que se sentiam orgulhosas de representarem a cidade.

A solenidade começou com a mesa oficial composta pelo pelo prefeito Carlos Nelson Bueno, a vice-prefeita e médica ginecologista Lúcia Tenório, a secretária de Assistência Social, Leila Iazzetta e a presidente do Conselho Municipal do Idoso de Mogi Mirim, Rosa Maria Silva.

Duas palestras ofereceram dados sobre os idosos no município: a Condicionantes da Qualidade de Vida no Envelhecimento-Diagnóstico Mogi Mirim, proferida pela cientista social, Graziela Castello que apresentou parte dos resultados de um trabalho desenvolvido pelo CEBRAP- Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, patrocinado pelo Banco Itaú. A outra intitulada Os Desafios do Envelhecimento no Século XXI foi pronunciada pela psicóloga Denise Ribeiro Stort Bueno.

No final do encontro foram eleitos quatro delegados para a Conferência Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa, agendada previamente para agosto de 2019, em local ainda não divulgado: Categoria Idoso: titular – Rosa Maria Silva e suplente – Maria Isabel de Souza; na Categoria Profissionais ( Sociedade Civil /Poder Público) titular: Letícia Hernandez e suplente: Lucas Tiago de Oliveira da Silva.

Dicussão dos Eixos na 2a Conferência Municipal da Pessoa Idosa de Mogi Mirim. Foto: jornal3idade.com.br

 Institucionalização do Idoso da cidade

Mogi Mirim, segundo o Sistema de Projeção de Populações, da Fundação Seade, deverá chegar em julho de 2019 com cerca de 16 mil moradores idosos entre os cerca de 90 mil habitantes.

Quem pensa que a fragilidade dos vínculos familiares em relação aos idosos é um fenômeno da cidade grande está enganado e as dificuldades que Mogi Mirim está vivendo nesta área demonstra isso.

Mesmo numa cidade pequena, do Interior, o que se presencia hoje nas famílias- com raras exceções-  é a ideia de institucionalizar o idoso, logo que aparecem os primeiros sintomas de fragilidade. Não se tem a paciência necessária e o carinho devido. Mesmo quando se trata de  famílias com bom poder aquisitivo, isso existe. Elas acham ser obrigação do governo bancar o seu idoso. Isso exige um trabalho redobrado, com necessidade de um atendimento caso a caso, explicou a Secretária de Assistência Social, Leila Feracioli Iazzetta.

Mogi Mirim tem seis entidades asilares que dão moradia para 135 idosos. O Lar de Idosos São Francisco, que abriga 23 idosos, é presidido pela atual presidente do Conselho Municipal da Pessoa Idosa, Rosa Maria Silva.

Ela aponta a manutenção dessas casas como a maior preocupação hoje do CMI, já que elas não conseguem fazer esse custeio, mesmo com as várias atividades que fazem para envolver a sociedade. Apesar de uma situação mais privilegiada no recebimento de doação no Fundo Municipal do Idoso, em relação às demais cidades com menos de 100 mil habitantes, as verbas não são suficientes.

As prefeituras estão com déficit e o dinheiro não chega para o custeio das casas asilares. Nós recebemos esse ano R$1 milhão do Banco Itaú, mais 100 mil da Renovias e outro montante que não chega a R$100 mil de pessoas físicas. Essa verba é dividida entre as entidades e banca alguns projetos que estão trabalhando como fazer o idoso não chegar a essas casas e ter assistência no seu próprio lar. Só num projeto desenvolvido com a APAE nós investimos mais de 300 mil reais. O CMI tem feito um esforço de buscar apoio financeiro, mas a cidade não conta com multinacionais. Em 2017 contratamos uma empresa para buscar recursos e conseguimos R$600 mil, mas em 2018 não tivemos nem um centavo, explicou a titular do CMI.

Apoio Banco Itaú

A contrapartida aos incentivos fiscais recebidos da Prefeitura Municipal levou o Banco Itaú- que montou na cidade de Mogi Mirim, num terreno com 815 mil metros quadrados (o equivalente a 114 campos de futebol) um sofisticado Centro Tecnológico em 2015- a doar recursos financeiros para programas sociais da cidade. O Fundo Municipal do idoso foi um dos órgãos públicos que receberam verbas, além de instituições que receberam dinheiro diretamente. Os valores totais não foram divulgados pela Prefeitura.

O cientista social Luis Eduardo de Lima Almeida Mercês, que coordena um trabalho de Diagnóstico dos Idosos para o Banco Itaú e que também faz parte da gestão 2018-2020 do CNDI- Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa estava presente na 2ª Conferência Municipal da Pessoa Idosa de Mogi Mirim e prometeu uma entrevista ao Jornal da 3ª Idade.

Expectativas de novos projetos na cidade

O advogado Paulo Roberto Sandy, que foi presidente do COMID de Mogi Guaçu, cidade vizinha e atua profissionalmente em Mogi Mirim, diz que é preciso afinar as parcerias das entidades gestoras do poder público com com os representantes da sociedade civil, com urgência:

O Brasil será em poucas décadas, um dos países com maior número de idosos do mundo e precisamos agilizar nossas políticas. Precisamos nos esforçarmos para fazer com que todos tenham acesso aos serviços de saúde, consigam viver com autonomia e independência. É certo  que o idoso que preserva sua independência, vive em comunidade e próximo aos seus familiares, se mantém mais saudáveis. É de suma importância que a sociedade civil e o poder público atuem em parceria com a terceira idade, declarou o advogado Paulo Roberto Sandy.

Esportes– O esportista Wanderley Tadeu Cipolli, presidente da Federação Paulista de Minobol, também ex-presidente do CMI de Mogi Guaçu, quer que a cidade incentive mais a prática de esportes, principalmente a do voleibol adaptado. Sua entidade está organizando um segundo encontro estadual da modalidade.

Benedita Pedroza Massuia Gomes, do Grupo Ponto de Encontro, da Secretaria de Esportes organiza campeonatos de tênis de mesa com 62 atletas da terceira idade e no JORI participa, individualmente, todo ano, como jogadora de xadrez. Ela quer mais incentivo para formação de novos grupos.

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