Milhares de idosos ficaram de fora da Campanha do Câncer de pele

1O poder de divulgação das redes sociais de fazer chegar rapidamente a milhões de pessoas uma mesma informação, aliado ao momento do país que está fazendo as pessoas que antes frequentavam um consultório particular terem que recorrer aos serviços públicos por falta de dinheiro não foram considerados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e seus parceiros, no último sábado, quando realizaram a 17ª Campanha Prevenção Câncer de Pele.

A iniciativa que nos anos anteriores deixava alguns dos locais credenciados vazios com pouco público, esse ano estourou de procura. Nos principais hospitais da capital, em São Paulo, o que se viu foi um contingente enorme de pessoas em filas enormes, sem nenhum atendimento e informação. Em vários hospitais depois de mais de quatro horas de espera quando chegava a sua vez a pessoa era avisada que não mais tinham senhas para atendimentos.

O Jornal da 3ª Idade comprovou isso na porta de três hospitais e recebeu ainda 35 telefonemas de pessoas reclamando sobre o mesmo assunto.

2No Hospital A.C. Camargo, no bairro da Liberdade, as 11 horas já tinham sido distribuídas 350 senhas. A moça que atendia na porta dizia que a previsão era de atendimento até as 15 horas, mas a demanda tinha sido muito grande antes das 10 horas e mandava os interessados se dirigirem ao Hospital do Servidor Público Municipal. Enquanto ela falava a fila aumentava, sem que ninguém fosse lá avisar. A estimativa para a fila que se acumulava na porta , além dos que estavam na rua, era de mais de 200 naquele momento.

No Hospital do Servidor Público Municipal, às 11h 35m os dois guardas na entrada avisavam para as pessoas que chegavam naquele momento que se quisessem podiam subir, mas que “ lá em cima já tinham mais de 1 mil pessoas”. Segundo, eles muita gente chegou antes das 9 horas e que as 10 horas as senhas já tinham acabado. Os guardas mandavam as pessoas para o Hospital da Beneficência Portuguesa.

No Hospital da Beneficência Portuguesa por volta do meio dia, a fila no ambulatório de dermatologia, na ladeira em frente à entrada principal do hospital passava das 300 pessoas em pé, sem contar as que já tinham senha e que estavam sentadas nas escadarias da Cia Telefônica ao lado. Também lá a demanda foi muito maior que o esperado, mas segundo as pessoas que tinham conseguido a senha ocorreu um problema diferente. Foram distribuídas senhas das 9 às 10h30 horas, mas até as 11h30 não tinha médico para atender.

O que a maioria das pessoas reivindicavam é um cadastro que poderia ter sido feito por aqueles que não puderam ser atendidos. Isso teria feito com com a viagem deles não fosse perdida e poderiam ser contgemplados com consultas durante o ano.

O Jornal da 3ª Idade gravou o depoimento de algumas pessoas, que não quiseram dar seus nomes completos. Outras pessoas, diferenciadas, reclamaram bastante, mas se recusaram a dar nomes ou mesmo gravar entrevista, por se sentirem envergonhadas de aparecerem na fila.

Por telefone, várias pessoas tentavam contato com outros hospitais, mas a resposta para todos era a mesma: não temos mais atendimento, muita gente procurou.

Gravações em vídeo