
O projeto “Próximo Passo – O Espetáculo”, uma realização do instituto Ivaldo Bertazzo, que tem o objetivo de trabalhar com pessoas que sofreram ou sofrem de depressão, criando ferramentas para elas encontrarem o equilíbrio através da consciência corporal e reeducação do movimento, está com vagas abertas.
A iniciativa do diretor, educador e coreógrafo Ivaldo Bertazzo, com patrocínio do laboratório Libbs, não exige nenhuma experiência anterior com a prática da dança para quem quiser se candidatar ao curso.
São 30 vagas gratuitas para o processo, com encontros duas vezes por semana, durante quatro meses, na capital paulista, onde fica a Escola do Movimento Ivaldo Bertazzo. Os alunos conhecerão o Método Bertazzo, que trabalha a consciência corporal e a reeducação do movimento, por meio de técnicas desenvolvidas ao longo de 40 anos por Ivaldo. “Depressão é um tema delicado e será tratado por nós de um jeito leve e solto”, destaca o coreógrafo e educador. “Dançar cura a tristeza, melhora o humor, aquece o corpo e apaga qualquer dor”, complementa.
Ao fim do projeto, será produzido um documentário baseado nas experiências dos próprios alunos sobre esse processo. O conteúdo será veiculado como forma de incentivar outras pessoas a usarem o movimento na busca de restaurar o equilíbrio para a vida.
As inscrições podem ser feitas até o dia 31/05, no site ivaldobertazzo.com.br/proximopasso, onde os candidatos também podem encontrar mais informações sobre a iniciativa.
Causas, sintomas e tratamento
A depressão é uma doença incapacitante, que afeta de 8 a 15% dos brasileiros e mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Mais incidente na população feminina, o problema é caracterizado por alterações emocionais e físicas. “A doença afeta o corpo de uma forma sistêmica. Então, inclui desde sintomas psíquicos, como perda da capacidade em sentir prazer, tristeza profunda e apatia, até sinais físicos, como alterações de sono e apetite, cansaço e aumento de quadros infecciosos e inflamatórios”, descreve a psiquiatra Giuliana Cividanes, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
As causas da doença incluem desde fatores genéticos até experiências de vida do paciente. “A depressão é multifatorial: pode ser desencadeada por aspectos biológicos, genéticos e ambientais, como o estresse e dificuldades da vida. Nesse sentido, a própria personalidade influencia, já que cada pessoa reage de uma forma às diferentes situações”, ressalta. Algumas doenças sistêmicas, o uso de drogas e o alcoolismo também aumentam o risco de desenvolver o distúrbio.
O tratamento varia de acordo com o grau de evolução da doença. No entanto, o melhor é o multidisciplinar, que inclui a psicoterapia e o tratamento médico. Também é importante que o paciente retome gradualmente suas atividades – e até mesmo adote novos hobbies, como dança, meditação, caminhada, entre outros. “A pessoa deprimida sofre prejuízos sociais (pois tende a se isolar) e também físicos, já que perde condicionamento, pela falta de energia”, pontua Giuliana. “Praticando atividades físicas, por exemplo, o paciente melhora o equilíbrio mental e volta a reconhecer o próprio corpo, o que traz melhora da autoestima. Além disso, a dança é uma atividade que ajuda na reintegração social, pois estimula a socialização”, finaliza.
Quem é Ivaldo Bertazzo
