Entrevista com Clotilde Benedik de Sousa, presidente no GCMI de 2017 a 2018

A assistente social Clotilde Benedik de Sousa, vice-presidente do GCMI na gestão 2016-2018 Foto: Jornal da 3a Idade
A assistente social Clotilde Benedik de Sousa, no dia que foi eleita vice-presidente do GCMI para a gestão 2016-2018. Foto: Jornal da 3a Idade

Entrevista com Clotilde Benedik de Souza para o Jornal da 3ª Idade, na série que comemora os 28 de criação do GCMI, Grande Conselho Municipal do Idoso, em 24 de setembro de 1992. As publicações com alguns dos seus ex-presidentes é uma maneira de homenageá-los e de contar um pouco da história do conselho.

Aqui registramos a conversa com a assistente social, especializada em Gestão de Projetos Sociais, com pós-graduação em Gerontologia, Clotilde Benedik de Sousa, de 71 anos, casada com um engenheiro e mãe de outro engenheiro, que ainda não tem netos.

Ela participou da gestão 2014-2016, como conselheira da Zona Norte da cidade. Foi reeleita para a gestão 2016-2018 e desta vez ficou como  vice-presidente. No entanto, com a saída da presidente, ela tornou-se a titular, assim sua gestão começou em 2017.

Jornal da 3ª Idade Qual o balanço que a senhora faz da sua gestão no GCMI-Grande Conselho Municipal do Idoso de São Paulo? Qual foi a contribuição que acredita ela tenha deixado?

Clotilde Benedik de Sousa, ex-presidente do GCMI no período de 2017-2018 Eu credito como a maior conquista desse período em que estive a frente do GCMI foi a regulamentação do Fundo Municipal do Idoso. Confesso que ele saiu por acaso na minha gestão, porque ele estava pronto tinha algum tempo, não havia nada mais para fazer, mas o prefeito anterior não quis assinar. Não tinha motivo para isso, foi desinteresse político mesmo. O então Prefeito João Dória viu uma oportunidade política e assinou. Isso foi muito bom para o Conselho. Eu recebi dele o livro para assinatura e isso é sempre uma memória legal.

Com a chegada do Fundo tivemos que fazer uma seletiva para o COAT- , com quatro conselheiros e quatro representantes do poder público. Eu deixei ele pronto para a próxima gestão.

Outro destaque importante é que não tínhamos representação no COMAS, Conselho Municipal de Assistência Social. Eu batalhei muito essa participação e deixei duas vagas garantidas para a gestão seguinte. Não sei como está agora e se o GCMI continuou participando, mas a presença da representação dos idosos no COMAS é fundamental.

Também aponto como uma contribuição importante o restabelecimento das comissões temáticas que estavam paralisadas.

O PL 409- esse que se transformou na nova lei do Conselho- estava pronto desde a gestão do presidente Rubens Casado, mas ainda entalado. Então eu fiz questão de reapresentar para os conselheiros, para que fossem feitos destaques, para darmos continuidade.

Jornal da 3ª Idade – A senhora gostaria de voltar ao Conselho Municipal do Idoso, depois da experiência que teve, do distanciamento histórico para entender as falhas e os êxitos?

Clotilde Benedik de Sousa, ex-presidente do GCMI no período de 2017-2018 –  Como eu deixei a minha gestão com saldo positivo eu deixei porta aberta . Eu não descarto a possibilidade de voltar. Estou esperando o andar da carruagem para fazer um posicionamento. Agora a gente sabe como é, vai por que quer.

Jornal da 3ª IdadeO que a senhora não conseguiu fazer na sua gestão, que acredita seja importante ser realizado pelo Conselho, nos próximos anos?

Clotilde Benedik de Sousa, ex-presidente do GCMI no período de 2017-2018A dificuldade na minha gestão foi a falta de conhecimento dos conselheiros, do papel que cada deve ter quando participa de um importante  trabalho como esse de representar milhões de cidadãos mais velhos da cidade. Eu vivi isso antes da Escola de Conselhos, da Secretaria. Eu espero muito que essa escola continue, independente de mudanças na Prefeitura. Ela é essencial, porque os conselheiros de maneira geral começam muito desinformados do funcionamento da máquina pública. O ideal seria que as pessoas passassem por essa experiência antes. O exercício de participação num conselho tem regras de comportamento que as pessoas não sabem e precisam aprender. Eu tive que alterar o regimento interno para incluir sanções, já que alguns conselheiros não souberam se comportar de acordo. Durante as reuniões, tínhamos duas pessoas que falavam muito palavrão, que ofendiam as mulheres, se comportavam de maneira muito feia. No regimento interno que vigorava não tinha nenhuma possibilidade de afastamento, como acabei conseguindo implementar. Eu achava impossível duas pessoas estragarem o trabalho de um conselho inteiro. Por isso, tive que afastar dois conselheiros.

A baixa adesão dos conselheiros nas reuniões era um problema. Acredito que a alteração feita com a nova lei, que diminui o número de conselheiros por região, vai facilitar para as assembleias e encontro temáticos.

A Comissão do Idoso da Câmara Municipal é importante e tem que ser acompanhada e cobrada com afinco, com participação na elaboração das pautas para serem debatidas, independente do perfil dos vereadores que lá estão. Não sei como está no momento, mas o conselho tem que exercer esse papel. O fortalecimento dos Fóruns Regionais da cidade é muito importante e precisa ser estimulado. São os fóruns que trazem a base para o conselho, eles deveriam ser os braços do conselho nos territórios. Se um dia voltar, irei trabalhar muito por essas possibilidades.

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