
Elzie Maria Mariano era vice-presidente do GCMI- Grande Conselho Municipal do Idoso em 1992, quando a presidente era Edith Moura Silveira, que ficou doente e se licenciou no final do primeiro semestre daquele ano.
Foi assim que ela se tornou presidente do GCMI até o termino do mandado daquela gestão, em 1993.
A entrevista com Elzie era uma das mais esperadas dessa “série”, por ser a ex-presidente que teve contado direto com os dois primeiros presidentes do GCMI, por ter participado ativamente dos primeiros movimentos organizados do final dos anos 80, os que trabalharam pela criação de um conselho de idosos.
Elzie – como sempre foi tratada por todos- é reconhecida como a idosa fundadora do 1º Fórum Regional do Cidadão Idoso, em 1996, junto com a assistente social Maria Alice Nelli Machado, na época funcionaria da Prefeitura de São Paulo.
Fui ao encontro de Elzie, no seu apartamento no bairro do Tatuapé, para onde mudou-se há 2 anos, depois de retornar de um período morando em Campinas. Era uma tarde de sábado ensolarado, que iluminava ainda mais seu sorriso. Ela estava bem-disposta, cercada do carinho de três dos seus 5 filhos, que lhe deram 7 netos e 5 bisnetos.
Luiz Antônio, seu único filho, que mora com ela (as outras são filhas) explicou que devido à recuperação de uma cirurgia ela está permanecendo a maior parte do tempo numa cadeira de rodas. Fisicamente parece bem, mas a memória, aos 93 anos, está lhe traindo.
Não consegui fazer a entrevista. Ela falou que está chateada de não poder mais participar de reuniões. Reclamou da ausência de visitas de algumas das suas ex-parceiras de Fórum Regional, mas teve muita dificuldade de lembrar os fatos e as datas. Quando lembra embaralha um pouco os fatos.
Seus filhos não sabem por “onde andam as fotos” que ela guardava das tantas reuniões que participou, várias delas cobrando diretamente de autoridades projetos para os idosos.

Fizemos várias fotografias no seu terraço e me despedi decida a completar suas lembranças, com informações de uma antiga entrevista, que fiz com ela, em 2012.
A militância a partir da terceira idade
Em 2012, ela contou que nascida em Rio Claro de uma família simples, trabalhou muito por mais de cinco décadas. Não conseguiu ter uma boa educação formal, mas se considerava uma pessoa experiente. Fui formada pela universidade da vida, disse na ocasião. Até os 60 anos nunca tinha exercido uma militância continua em movimentos sociais, quando descobriu no bairro que morava um cartaz. A papeleta chamava as pessoas da região para reuniões promovidas por um grupo de idosos. Foi lá e nunca mais parou. Por esse mesmo grupo foi indicada para ser representante no GCMI, que depois iria presidir.
O Grande do Conselho
