
A medicação receitada para um paciente da Diabetes tipo 2- aquela que o portador adquiriu ao longo da vida, principalmente após os 40 anos- só é responsável por 50% do sucesso do tratamento. Metade do êxito da cura ou do controle da doença está na mudança de hábitos diários na vida da pessoa.
A falta de disciplina em seguir as recomendações médicas e a pouca vontade em aderir a programas de atividade física e reprogramação alimentar estão levando milhares de pessoas a comprometer de forma irreversível sua saúde.
A constatação de que não se empenham na mudança de hábitos, por não estarem assustados sobre as complicações da doença a longo prazo, foi apontada por 6700 médicos entrevistados em 26 países- incluindo o Brasil- pela pesquisa IntroDia, desenvolvida pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) com apoio do laboratórios farmacêuticos Boehringer Ingelheim e Eli Lilly.
Segundo a IDF, atualmente o Brasil tem cerca 12 milhões de pessoas com diabetes, ocupando o 4º lugar no mundo. De acordo com publicações recentes, três em cada quatro portadores de Diabetes Tipo 2 no Brasil estão fora de controle e a maioria dos pacientes têm sobrepeso.
A IntroDia, segundo as empresas, é a maior pesquisa mundial sobre diabetes tipo 2 já realizada, com foco nas primeiras conversas entre médicos e pacientes sobre a doença. Ela ouviu 10 mil portadores, desde 2013, nos seguintes países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Áustria, Brasil, Bulgária, Canadá, China, Coreia do Sul, Dinamarca, Emirados Árabes, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, França, Holanda, Índia, Indonésia, Israel, Japão, México, Noruega, Reino Unido e Rússia.
Diabetes Tipo 2
A Diabetes tipo 2 é uma doença crônica que altera a maneira como o organismo metaboliza a glicose, principal fonte de energia do corpo. A pessoa tanto pode ter uma resistência aos efeitos da insulina, que é o hormônio que regula a entrada de açúcar nas células, quanto pode não produz insulina suficiente para manter um nível de glicose normal. Quando não tratada, a Diabetes tipo 2 pode ser fatal, pois ela também altera o metabolismo da proteína e da gordura de todo o organismo.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), aproximadamente metade dos portadores de diabetes tipo 2 desconhecem sua condição por se tratar de uma doença pouco sintomática. Segundo a SBD, seis em cada 10 brasileiros têm risco de desenvolver diabetes
Há alguns fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença, como a obesidade, hereditariedade, falta de atividade física regular, hipertensão, níveis altos de colesterol e triglicérides, medicamentos – como os à base de cortisona -, idade acima dos 40 anos (para o diabetes tipo 2) e estresse emocional.
Sintomas
– Poliúria – a pessoa urina demais e, com isso se desidrata e sente muita sede (polidpsia)
– Aumento do apetite – Alterações visuais – Impotência sexual
– Infecções fúngicas na pele e nas unhas
– Feridas, especialmente nos membros inferiores, que demoram a cicatrizar
– Neuropatia diabética provocada pelo comprometimento das terminações nervosas
– Distúrbios cardíacos e renais
Tratamentos
Os tratamentos existentes para o diabetes tipo 2 são a dieta e exercício, antidiabéticos orais (metformina, iDPP-4, TZD, iSGLT2), injetáveis (análogos de GLP-1), insulina basal e insulina rápida. A classe dos iSGLT2 representa a mais recente inovação no tratamento oral do diabetes tipo 2.Esses novos medicamentos atuam na proteína transportadora SGLT2 e impedem a reabsorção do açúcar para o sangue, levando à eliminação diária de 78 gramas de glicose pela urina, em média, o que equivale a aproximadamente seis colheres de sopa de açúcar.
Riscos para quem não se empenhar nas mudanças de hábito necessárias
– Cegueira – Amputações de membros – Retinopatia – Doença periodontal
– Doença cardiovascular – infarto do miocárdio e AVC – Doença renal – Disfunção sexual
– Incontinência urinária – Doenças arteriais periféricas – úlceras de difícil cicatrização
– Infecções – Parestesia (exemplo: frio, calor ou formigamento sem estimulação)