Diabetes Mellitus atinge 14,3 milhões de pessoas em todo o Brasil

Diabetes. foto: Pixabay

Diabetes mellitus (DM) não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia, resultante de defeitos na ação da insulina na secreção de insulina ou em ambas. Em resumo, é a elevação da glicose no sangue.

Os alimentos sofrem digestão no intestino e se transformam em açúcar- glicose- que e absorvida para o sangue. A glicose no sangue é usada pelos tecidos como energia. A utilização da glicose depende da presença de insulina – substância produzida nas células do pâncreas. Quando a glicose não é bem utilizada pelo organismo ela se eleva no sangue, o que chamamos de hiperglicemia.

Existem basicamente quatro tipos de diabetes e todos dependem de tratamento para o controle da doença.

  Diabetes tipo 1

É também conhecido como diabetes insulinodependente e tem o idiopático (tipo 1A e autoimune (tipo 1B), Diabetes infanto-juvenil e diabetes imunomediado. Neste tipo de diabetes a produção de insulina do pâncreas é insuficiente, pois suas células sofrem o que chamamos de destruição autoimune. Os portadores de diabetes tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para manterem a glicose no sangue em valores normais. Há risco de vida se as doses de insulina não são dadas diariamente. O diabetes tipo 1, embora ocorra em qualquer idade, é mais comum em crianças, adolescentes ou adultos jovens.

 Diabetes tipo 2

É chamado de diabetes não insulinodependente e temos alguns tipos específicos e o gestacional. É o diabetes do adulto e corresponde a aproximadamente 90% dos casos de diabetes. Ocorre geralmente em pessoas obesas com mais de 40 anos de idade embora na atualidade também seja visto com maior frequência em adultos jovens, em virtude de maus hábitos alimentares, sedentarismo e estresse da vida urbana. No diabetes tipo 2 encontra-se a presença de insulina, porém sua ação é dificultada pela obesidade, o que é conhecido como resistência insulínica, uma das causas de hiperglicemia. Por ter poucos sintomas, o diabetes, na maioria das vezes, permanece por muitos anos sem diagnóstico e sem tratamento o que favorece a ocorrência de suas complicações no coração e no cérebro entre outros órgãos.

 Sintomas de Diabetes

 Aproximadamente metade dos portadores de diabetes tipo 2 desconhecem sua condição, uma vez que a doença apresenta poucos sintomas. O diagnóstico precoce do diabetes é importante, pois o tratamento evita complicações. Quando presentes os sintomas mais comuns são: urinar excessivamente, inclusive acordar várias vezes à noite para urinar, sede excessiva, aumento do apetite, perda de peso – em pessoas obesas a perda de peso ocorre mesmo estando comendo de maneira excessiva, cansaço, vista embaçada ou turvação visual e infecções frequentes, sendo as mais comuns às infecções de pele.

No diabetes tipo 2 esses sintomas quando presentes se instalam de maneira gradativa e, muitas vezes, podem não ser percebidos pelas pessoas. Ao contrário no diabetes tipo 1, os sintomas se instalam com rapidez, em especial urinar de maneira excessiva, sede excessiva e emagrecimento. Quando o diagnóstico não é feito aos primeiros sintomas os portadores de diabetes tipo 1, podem até entrarem em coma, ou seja, perderem a consciência, uma situação de emergência e grave. Quaisquer que sejam os sintomas, um médico deve ser procurado imediatamente para realização de exames que esclarecerão o diagnóstico.

 Quem pode ter diabetes

 A maioria, próximo a 90% dos portadores de diabetes, é do tipo 2, pouco sintomática, podendo passar despercebida e retardar portanto o diagnóstico, tratamento e favorecer a ocorrência de complicações. A presença de uma ou mais das seguintes condições sugerem a possibilidade da presença de diabetes: familiares próximos portadores de diabetes, idade maior que 45 anos, excesso de peso ou obesidade, pressão alta, colesterol elevado e mulheres com antecedentes de filhos nascidos com mais de 4kg.

Dados de diabetes no Brasil

 O Brasil atualmente tem 14,3 milhões de pessoas com diabetes

  • Metade das pessoas com diabetes não sabem que têm o problema

  • Isso representa 9,4% da população brasileira

  • Atualmente morrem 700 pessoas devido ao diabetes no Brasil

 Dados de diabetes no mundo

 

  • Um em cada 11 adultos têm diabetes no mundo (415 milhões de pessoas)

  • Um em cada dois adultos com diabetes ainda não foi diagnosticado

  • 12% das despesas com saúde no mundo é gasto com diabetes (USD 673 bilhões)

  • Em 2040 a IDF estima que serão 642 milhões de pessoas com diabetes e as despesas serão superiores a USD 802 bilhões

  • Diabetes é a principal causa de cegueira, falência renal e amputações de membros inferiores

  • A mortalidade devido ao diabetes é maior do que o HIV/AIDS, tuberculose e malária somados. Ou seja, uma morte a cada seis segundos.

Sobre a Sociedade Brasileira de Diabetes

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) é uma associação civil, sem fins lucrativos e foi fundada em 1970. Tem como membros médicos e outros profissionais de saúde com interesse em diabetes mellitus. Filiada à International Diabetes Federation (IDF), tem como missão contribuir sempre para a prevenção e tratamento adequado do diabetes, disseminando conhecimento técnico-científico entre médicos e profissionais de saúde para conscientizar a população a respeito do diabetes visando a melhora da qualidade de vida das pessoas com diabetes. O objetivo é colaborar com o Estado na formulação e execução de políticas públicas voltadas para a atenção correta dos pacientes e redução significativa do número de indivíduos com diabetes em nosso país. Além disso, ser reconhecida nacional e internacionalmente como uma instituição-referência e um centro de saber e informação em diabetes, orientada por princípios de ética e transparência e por uma conduta médica e social desvinculada de qualquer interesse pessoal, financeiro ou corporativo.