Biblioteca Mário de Andrade que está completando 90 anos. Foto Sylvia Masini/ SMCBiblioteca Mário de Andrade que está completando 90 anos. Foto Sylvia Masini/ SMC
Como parte das comemorações de seu 90º aniversário, a Biblioteca Mário de Andrade realiza de 21 a 23 de julho um evento gratuito dedicado à história da arte.
Além de incentivar a reflexão, o Seminário Internacional de História da Arte Sérgio Milliet resgata a vocação da Biblioteca Mário de Andrade de se dedicar às artes plásticas, uma vez que ela foi o primeiro local na cidade de São Paulo a formar uma coleção pública de arte e a manter um acervo bibliográfico sobre o tema.
O Seminário contará com a participação de historiadores e pesquisadores brasileiros e estrangeiros. O objetivo é promover uma discussão ampla sobre o status da história da arte na atualidade, abordando assuntos como a multiplicação de escolas artísticas, o relacionamento das instituições públicas e privadas detentoras de acervos com o público e a arte diante das narrativas contemporâneas.
Destaques da Programação – defensor de uma leitura antropológica da imagem, o romeno Victor Stoichita, professor de história da arte moderna e contemporânea da Universidade de Freiburg, Suíça, abre o encontro no dia 21.07, falando sobre ficção pictorial e fronteiras estéticas. Autor de livros de referência, a exemplo de “Como saborear um quadro”, Stoichita é considerado um dos principais teóricos modernos da história da arte.
Após a palestra de abertura, o Seminário promove uma mesa com o holandês Wim Pijbes, diretor do Rijksmuseum e responsável pela reforma e abertura do museu em 2013, seguido do português José Monterroso Teixeira, ex-diretor do Museu de Évora e do Centro de Exposições do Centro Cultural de Belém (Portugal).
No dia 22.07, entre as atrações, destaque para a espanhola Anna Maria Coderch, que apresenta a obra de Goya. Outra convidada estrangeira a falar nessa data é a professora argentina Silvia Dolinko, que comenta a produção em gravura feita em seu país. Ainda no segundo dia de Seminário, o ex-curador do Masp e professor da Unicamp Luiz Marques fala sobre a polêmica das cópias e falsificações.
O francês Eric de Chassey, diretor da Academia Francesa, participa da programação do último dia de evento, 23.07, com a provocação “Como vamos começar a escrever a história da arte mundial?”
Programação
Dia 21.07, terça-feira
18h – Abertura “O Efeito Don Quixote: ficção pictorial e fronteiras estéticas”, com Victor Stoichita
19h30 – Mesa I: A memória em foco
O novo Rijksmuseum: velhos mestres para um novo público!”, com Wim Pijbes
“Utopia e monumentalidade. Celebração, propaganda e discurso arquitetônico”, com José Monterroso Teixeira
21h30 – Debate
Dia 22, quarta-feira
10h – Mesa II: Persona e Representação
“O Riso de Goya”, com Anna Maria Coderch
“Triunfo e infâmia: o falseamento da vida de Antônio Francisco Lisboa, “o Aleijadinho”, com Luiz Armando Bagolin
12h – Debate
15h – Mesa III: Original e Cópia
“Modelos, cópias e falsos”, com Luiz Marques
“Original múltiplo: definições e tensões sobre a gravura na Argentina”, com Silvia Dolinko
17h – Debate
Dia 23, quinta-feira
10h – Mesa IV: Cultura visual e narrativa
“Historiografia da arte e cultura visual: diálogos e embates”, com Maria Lúcia Bastos Kern
“Imagens plásticas e narrativas literárias: cientificismo e arte no Brasil no final do século XIX”, com José Leonardo do Nascimento
12h – Debate
15h – Mesa V: Museu imaginário e reprodutividade
“Um museu imaginário no pós-guerra: o programa de exposições da Seção de Arte da Biblioteca Municipal de São Paulo (1945-1960)”, com Helouise Costa
“Montagem, fotografia, espelho: Waldemar Cordeiro depois do concretismo”, com Annateresa Fabris.
17h – Debate
19h – Mesa VI: Novas propostas para História da Arte
“Como vamos começar a escrever a história da arte mundial? O exemplo da abstração no imediato segundo pós-guerra”, com Éric de Chassey
“História da arte hoje: conexões entre arquivos de artistas e de historiadores”, com Mônica Zielinsky