
O livro foi escrito visando contribuir com familiares, profissionais e estudantes das áreas de educação, saúde e outras em que o tema caiba, bem como para cuidadores que precisem enfrentar a realidade do dia a dia de um sujeito humano com o qual convivem: a realidade de sobrevivência de um AVC.
Assim é que logo na apresentação do seu livro A Vida em Dois Tempos, Ângela Cibiac explica a importância desta obra para os familiares, cuidadores, profissionais e estudantes de diferentes áreas. Ela tem múltiplas competências para tratar do assunto.
Ângela Cibiac é uma profissional do estudo do envelhecimento, que lecionou por vários anos a disciplina Psicologia Gerontológica e que de repente viu sua vida mudar radicalmente quando precisou se tornar cuidadora da mãe, uma mulher de 80 anos, totalmente independente e ativa, que tinha sido vítima de um AVC.
O livro é resultado dessas duas experiências, da profissional que assumiu ser filha-cuidadora. A vida em dois tempos fala das emoções e dos sentimentos de quem sofreu o AVC e os da autora, evidenciando as alegrias, as tristezas, a indignação e as esperanças ininterruptas com o desenvolvimento – até onde a doença permite –, do lado saudável de sua mãe.
A obra trata especificamente de um caso de AVC hemorrágico, em sua forma mais letal que, a literatura médica aponta para uma maior incidência entre as mulheres. A mãe da autora, nos dois dias em que antecederam ao AVC, apresentava um quadro bem acentuado de hipertensão, além sintomas de depressão.
O livro entre as muitas informações importantes, alerta para erros cometidos por profissionais e pessoas próximas do paciente, que podem provocar desânimo e até mesmo piorar a situação. Não deixar de respeitar os direitos de quem está adoentado é muito importante para que a pessoa continue se percebendo uma pessoa cidadã.
A autora fez uma obra diferente: colocou o ponto de vista de quem vive a situação junto com o seu ente querido. No livro ela conversa com quem está lendo, falando de coisas simples, do dia a dia que faz uma grande diferença para quem está lidando com a pessoa sequelada.
A velhice feminina, em especial marcada por um AVC com demência vascular, não pode e nem deve ser, penso eu, sinônimo de cabelos curtinhos e brancos. Senão, todas as senhoras idosas seriam muito parecidas, em processo de homogeneidade, o que representaria a perda da individualidade de cada uma. Uma mulher mesmo aos 88 anos, não deixa de ser uma mulher e, se ela gosta de seus cabelos na altura das orelhas ou do pescoço, por que não mantê-los assim?
O livro é de fácil leitura e é um relato útil, sem dúvida, mas também emocionante.
Sobre a autora
Angela Cibiac nasceu em novembro de 1952 na cidade do Rio de Janeiro. Aos 14 anos mudou-se para Minas Gerais, onde graduou-se em Pedagogia na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e em Psicologia na Fundação Mineira de Educação e Cultura (FUMEC). Mudou-se para Divinópolis (MG) mantendo vínculo com Belo Horizonte por meio dos pós-graduação Mestrado na PUC e Doutorado na UFMG, tendo se dedicado aos estudos sobre o desenvolvimento humano em geral e História da Psicologia. Dedicou especial atenção aos processos de envelhecimento, em especial ao envelhecimento saudável, lecionando por vários anos a disciplina Psicologia Gerontológica.
Título: A VIDA EM DOIS TEMPOS – Acidente Vascular Cerebral