8º BRADOO termina hoje em SP atualizando profissionais sobre doenças ósseas

Vera L. Szejnfeid, professora da disciplina de Reumatologia da Universidade Federal de São Paulo, presidente do 8º Bradoo. Foto: jornal3idade.com.br

Termina hoje em São Paulo o 8º BRADOO- Congresso Brasileiro de Densitometria Osteoporose e Osteometabolismo que durante três dias reuniu especialistas e estudiosos de diferentes áreas que buscam atualização no diagnóstico das doenças ósseas.

O evento que é organizado pela ABRASSO -Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo apresentou palestras e simpósios sobre administração de Cálcio, da Vitamina D, Novas Técnicas na Densitometria e Osteoporose em Idosos.

Esse encontro foi realizado pela primeira vez há 11 anos, em Bento Gonçalves, e resultou da união das três principais sociedades envolvidas com osteometabolismo e densitometria óssea (SOBRAO, SBDENS, SOBEMOM).

 O Jornal da 3ª Idade entrevistou durante o congresso, no Centro de Convenções Frei Caneca, a presidente do 8º BRADOO, a médica Vera L. Szejnfeid, professora da disciplina de Reumatologia da Universidade Federal de São Paulo.

 Jornal da 3ª Idade- O que esse congresso trouxe de novidade para quem estuda as doenças ósseas?

 Dra. Vera L. Szejnfeid– Durante todo os três dias, esse congresso trouxe muitas novidades, principalmente na área de tratamento que são os novos anabólicos. Em várias mesas foram debatidas as novas formas de tratamento com o paciente. Ficou claro a necessidade de se tratar a pessoa que teve uma primeira fratura ou que já apresenta a possibilidade de vir a tê-la, de uma forma mais agressiva.

 Jornal da 3ª Idade– Como as novas tecnologias foram apresentadas no evento?

 Dra. Vera L. Szejnfeid– A Radiologia já está estabelecida. O que foi mostrado foram novas tecnologias para o diagnóstico da Densitometria, como a Tomografia Quantitativa Computadorizada Periférica, que já tem dois aparelhos no Brasil, para saber o real grau de comprometimento dos ossos.

 Jornal da 3ª Idade- Os dois estão em São Paulo? Eles já estão disponibilizados para o uso clínico para todos os pacientes?

 Dra. Vera L. Szejnfeid- Um aparelho está na UERJ- Universidade Estadual do Rio de Janeiro e o outro na USP. Ambos ainda usados para estudos, não se encontram disponibilizados para o mercado, mas já estão sendo muito importantes. Uma aula muito interessante, que traz uma nova metodologia na identificação da resistência óssea que a pessoa tem naquele momento é o tratamento por Microindentação, feito a partir do estudo de um pedacinho que se tira da tíbia.

 Jornal da 3ª Idade– Existe um momento ideal para que a pessoa passe a se preocupar em saber se está sofrendo algum processo de osteoporose?

 Dra. Vera L. Szejnfeid– A mulher deve começar a se preocupar com a sua perda óssea ao redor da Perimenopausa, que é aquele período em que a menstruação começa a falhar. O homem, como não tem essa queda da produção hormonal, deve procurar a partir dos 65 anos. Se o homem tiver fatores de risco para ter uma perda óssea, a preocupação deve começar antes.

 Jornal da 3ª Idade Quais são os fatores de risco para os homens antes mesmo da terceira idade?

 Dra. Vera L. Szejnfeid– Se o homem bebe, se ele é um tabagista, se ele é usuário de vários corticoides.

 Jornal da 3ª Idade– Quais são os médicos mais preocupados com essa perda óssea? Os geriatras por tratar com a pessoa já idosa?

 Dra. Vera L. Szejnfeid– Os ginecologistas são os nossos maiores aliados, pois são os que tratam das mulheres e que tem condição de fazer um tratamento preventivo. Os geriatras já pegam essa osteoporose estabelecida, pois tratam de pacientes que já chegam com fraturas.

 Jornal da 3ª Idade- Essa preocupação com a identificação precoce da osteoporose já está estabelecida em todas as áreas médicas que atendem no serviço público? O paciente do SUS recebe esse tratamento de preocupação com a prevenção dos problemas ósseos?

 Dra. Vera L. Szejnfeid- Não sei falar o quanto disseminado está, mas nas escolas de medicina com certeza começasse-se o estudo. A educação continuada tem sido uma preocupação constante da ABRASSO. Temos feito constantemente cursos de atualização e temos um Blog para os pacientes e temos feito cursos online.

 Jornal da 3ª Idade– Quem participou desse 8º BRADOO foram só médicos?

 Dra. Vera L. Szejnfeid- Não, nós tivemos entre os 1275 inscritos, sendo entre eles vários ginecologistas, reumatologistas, pediatras, ortopedistas, geriatras e também profissionais de área base, como biólogos, tecnólogos, biomédicos, que nos ajudam a entender todos os novos tratamentos.

 Jornal da 3ª Idade– O que a senhora identifica como o grande saldo desse congresso?

 Dra. Vera L. Szejnfeid– É exatamente a oportunidade dos vários profissionais poderem trocarem informações num mesmo momento em que se está falando das novas formas de tratamento. É um espaço multidisciplinar que nós não temos no dia a dia. Onde um geriatra vai trocar informações sobre a o suplemento que ele está ministrando ao paciente, com outras áreas? É aqui que ele pode fazer isso.

Jornal da 3ª Idade- O Brasil está atualizado quando o assunto é tratamento de osteoporose?

 Dra. Vera L. Szejnfeid– O Brasil está completamente atualizado. Os medicamentos eu tenho fora são os medicamentos que a gente tem dentro do país. Falta alguma coisa de tecnologia que já existe lá fora, ou um medicamento que acabou se ser lançado, mas não estamos defasados. Hoje eu não mandaria um paciente para o Texas ou qualquer outro lugar fora, como se fazia no passado. Hoje os médicos brasileiros estão aptos a oferecer o melhor tratamento.

Leia outras entrevistas do 8º BRADOO 

Nutricionista quer mais debate sobre alimentaçao como prevenção da Osteoporose
Geriatra diz que evitar fratura nos idosos mais velhos é responsabilidade da Família