
Dando continuidade ao “Projeto Cem Anos da Cripta da Catedral da Sé”, lançando em julho, oferecendo uma programação continua todos os sábados, gratuitamente, no próximo sábado 10 de agosto será a vez do Duo Raouf Jemni e Mauricio Mouzayek.
Raouf Jemni é imigrante tunisiano, compositor e tocador de Kanun, instrumento de cordas originário do século X, da região de Farab, no atual Irã. Mauricio Mouzayek é brasileiro descendente de sírios e libaneses, trabalha com música árabe desde 1995 quando tinha 18 anos de idade e atualmente dedica todo o seu tempo de música ao seu instrumento que é o Riq (Pandeiro Oriental). O repertório contará com músicas árabe moderna e música turca.
Sobre o Projeto Cem Anos da Cripta da Catedral da Sé
Em 2019 a Cripta da Catedral da Sé completa 100 anos. Produzida pelo Ministério da Cidadania e pelo Estúdio Centro, com o patrocínio da Sabesp e do Governo do Estado de São Paulo, a “Série Concertos 100 Anos da Cripta da Catedral da Sé” traz 30 apresentações reunindo grandes nomes e revelações da música instrumental e do canto coral brasileiros.
Reunindo grandes nomes e revelações da música instrumental e do canto coral brasileiros, as apresentações acontecerão aos sábados, às 16 horas, com capacidade entre 80 e 120 lugares cada, a depender do local onde serão realizados. Todos terão em média uma hora de duração, com transmissão ao vivo pela internet. A programação começou em julho de 2019 a março de 2020.
Curiosidades sobre a Cripta
A Cripta está a 7 metros de profundidade em relação à Praça da Sé. Foi projetada pelo alemão Maximilian Emil Hehl, professor de arquitetura e engenharia da Escola Politécnica.
Abriga 32 câmaras mortuárias, 18 delas ocupadas por personagens ligados à igreja e à cidade de São Paulo.
Seguindo a tradição das catedrais europeias, a Cripta da Catedral da Sé abriga personagens fundamentais da história da cidade. Os restos mortais do cacique Tibiriçá (considerado o primeiro cidadão paulistano) e do Regente Feijó (que governou o Brasil enquanto Dom Pedro II era criança) estão no local, em túmulos com esculturas em bronze (e em tamanho real) retratando passagens de suas vidas.
Possui duas destacadas esculturas de Jó e São Jerônimo, produzidas por Francisco Leopoldo e Silva em Roma. O artista foi colega de Brecheret, com quem estudou na Academia da França.
Tem um conjunto de 4 vitrais destacando elementos da flora e agricultura presentes no Brasil. Durante a construção da Catedral, os vitrais serviam de iluminação parcial à Cripta. Com a catedral pronta, foram cobertos pela própria catedral (e hoje são destacados por iluminação elétrica). Foram produzidos pela Casa Conrado, a mesma responsável pelos vitrais do Mercadão.
Os detalhes em metal da Cripta foram fundidos em bronze no Liceu de Artes e Ofícios.
Relevos produzidos por Ferdinando Frick destacam anjos com trombetas e uma ampulheta, remetendo as cenas do juízo final.
Entre os sepultados na cripta, está o frei Bartolomeu de Gusmão: considerado o inventor do balão. Nascido em São Vicente, viveu na Espanha no Século XVII, foi acusado de bruxaria pela inquisição e inspirou um dos personagens principais de José Saramago no livro Memorial do Convento.
O corpo de Santos Dumont ficou guardado na Cripta durante julho e dezembro de 1932, na revolução constitucionalista, até ser transportado em segurança para ser sepultado no Rio de Janeiro.
O mais recente sepultado na Cripta foi Dom Paulo Evaristo Arns, em 2016. O texto em latim diante de seu mausoléu descreve sua importância pela preservação dos pelos Direitos Humanos.