1º Congresso de Gerontecnologia, no país, será em Ribeirão Preto em abril

Graduada em Terapia Ocupacional pela Faculdade de Reabilitação da ASCE, RJ (1988), mestre em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba (1996) e doutora em Psicologia Escolar e do Desenvol-vimento Humano pela Universidade de São Paulo (2001), Pós-doutorado pelo Oxford Institute of Population Ageing, Univer-sity of Oxford. Atualmente é professora doutora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo em regime de dedicação exclusiva.  É a coordenadora do Congresso.
Graduada em Terapia Ocupacional pela Faculdade de Reabilitação da ASCE, RJ (1988), mestre em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba (1996) e doutora em Psicologia Escolar e do Desenvol-vimento Humano pela Universidade de São Paulo (2001), Pós-doutorado pelo Oxford Institute of Population Ageing, Univer-sity of Oxford. Atualmente é professora doutora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo em regime de dedicação exclusiva. É a coordenadora do Congresso.

A USP de Ribeirão Preto sediará, nos dias 8 e 9 de abril de 2016, o 1º Congresso Brasileiro de Gerontecnologia, que terá como tema “as novas tendências em tecnologia para o envelhecimento da população”.

Para entender melhor as propostas deste evento e dessa nova área do estudo do envelhecimento, o Jornal da 3ª Idade entrevistou a terapeuta ocupacional Profa. Dra. Carla as Silva Santana, coordenadora do evento.

Jornal da 3ª Idade – O que é Gerontecnologia?

Dra. Carla Santana – é um campo profissional e acadêmico de natureza interdisciplinar que combina gerontologia e tecnologia, visando à pesquisa e o desenvolvimento de interfaces tecnológicas para a saúde, habitação, mobilidade, comunicação, lazer e trabalho das pessoas mais velhas.

Jornal da 3ª Idade -Quais são as aplicações dessa área de estudos do envelhecimento?

Dra. Carla Santana – Os resultados das investigações neste campo formam a base para designers, construtores, engenheiros, fabricantes, e aqueles que atuam nas profissões de saúde (enfermagem, medicina, gerontologia, geriatria, psicologia, terapia ocupacional, fisioterapia etc.), proporcionarem um ambiente de vida melhor para os idosos.

Jornal da 3ª Idade – Temos muitos profissionais trabalhando nessa área no Brasil?

Dra. Carla Santana– As pesquisas na área ainda são bastante tímidas e isoladas no país. O objetivo deste evento é reunir estes estudiosos para proporcionar um espaço de troca de saberes e ampliar o contato entre as diferentes linhas de pesquisa na temática e quem sabe ampliar esta área em nosso país.

Jornal da 3ª Idade– Podemos dizer que o Brasil já tem um polo de Gerontecnologia, ou os profissionais estão espalhados pelo país?

Dra. Carla Santana– Ainda não temos um polo especificamente, pois as pesquisas têm acontecido isoladamente. Aqui na USP de Ribeirão Preto o Curso de Terapia Ocupacional tem o “Laboratório de Pesquisa e Inovação em Tecnologia Assistiva – LAPITEC” que realiza estudos na área do desenvolvimento de produtos e uso de tecnologias para idosos. Porém, ainda não temos contato direto com outros laboratórios de pesquisa e isto se torna um desafio para o avanço e disseminação dos estudos. Mas muitas pesquisas nesta área acabam sendo desenvolvidas em cursos de pós-graduação voltadas à saúde do idoso ou gerontologia. A Gerontecnologia é uma área interdisciplinar que envolve profissionais das áreas de design, arquitetura, engenharia, saúde e isso amplia a possibilidade de haver profissionais espalhados no país todo, mas que não se conectaram ainda.

Jornal da 3ª Idade– Qualquer empresa que desenvolva produtos de tecnologia pode trabalhar com Gerontecnologia?

Dra. Carla Santana– Acredito que qualquer empresa que detenha o conhecimento acerca das especificidades do envelhecimento é uma potencial desenvolvedora de produtos que de fato visem melhorias nas condições de vida de idosos. Em geral, temos aquelas que trabalham com mobilidade, tecnologias assistivas e de apoio. Mas como a área precisa de profissionais com diferentes conhecimentos técnicos é importante a parceria entre empresa e universidade buscando a ampliação deste campo. No Brasil ainda importamos muitos produtos assistivos para os idosos.

Jornal da 3ª Idade– Existe um curso para se tornar um gerontecnólogo?

Dra. Carla Santana- Não existem cursos superior ou técnico que formem pessoas em Gerontecnologia, nem há no Brasil sequer um curso de especialização nesta área. A formação de base de um profissional vem das habilidades e competências dos profissionais de diferentes áreas como os engenheiros, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, arquitetos, educadores físicos dentre outros que ao longo de sua formação vão se interessando pelas possibilidades de desenvolver produtos com aplicação para o público mais velho.  Mas é urgente a ampliação deste campo de conhecimento no país.

Jornal da 3ª Idade– Qualquer pessoa interessada pode participar do Congresso?

Dra. Carla Santana– Sim. O evento é aberto ao publico que tem interesse em conhecer ou divulgar os estudos relacionados à tecnologia voltada para o público idoso. Isto inclui estudantes de graduação, pós-graduandos, docentes, representantes de organizações voltadas à atenção do idoso, e os idosos propriamente ditos.

1º Congresso Brasileiro de Gerontecnologia

8 e 9 de abril em Ribeirão Preto

A programação completa, formulário de inscrição e mais informações estão disponíveis no site do evento: http://gerontec.wix.com/congresso