
De 28 de janeiro até a sexta-feira, 2 de fevereiro, a cidade de Porto Alegre, o município brasileiro com maior proporção de idosos em relação a sua população total, vai sediar o IV Fórum Social Mundial da População Idosa.
O encontro faz parte de um evento maior que abriga ainda o III Fórum Social Mundial das Pessoas com Deficiência e o I Fórum Social Mundial das Diversidades.
Esses fóruns temáticos também comemoram os 18 anos da primeira edição, ocorrida em janeiro de 2001, quando um grupo de pensadores sociais cunhou a expressão “Um outro Mundo é Possível”, fazendo contraponto com o Fórum Econômico Mundial, que se reúne anualmente, também no começo do ano, em Davos, na Suíça.
A programação é vasta e conta na organização com várias entidades. O cadastro para participar é gratuito e pode ser feito a partir das 9 horas de hoje no Teatro Dante Barone. As atividades serão realizadas nas dependências da Assembleia Legislativa, na Câmara Municipal de Porto Alegre, no auditório da Casa dos Conselhos e em salas de aula da Faculdade Factum que são alguns dos órgãos parceiros da programação.
O Conselho Estadual da Pessoa Idosa do Rio Grande do Sul, presidido por Jussara Rauth, uma das Especialistas em Gerontologia mais respeitadas do país, também está a frente do V Fórum Social Mundial da População Idosa.

Para o Jornal da 3a Idade, a Prof.ª Jussara falou como os debates sobre as questões do envelhecimento estarão dispostas, entre as mais de 200 atividades programadas, em todos os encontros.
A programação do IV Fórum Social Mundial da População Idosa está basicamente centrada nos eixos que conduzem para a proposta das Cidades Amigas da Pessoa Idosa. O Conselho Estadual da Pessoa Idosa do Rio Grande do Sul ficou responsável pelo Eixo de Participação Social. Nós propusemos três atividades: uma mesa sobre “Envelhecer no Seculo XXI”, com a ideia de resgatar o que está foi debatido nas conferências realizadas no ano passado e que também estarão nas que vão acontecer em 2019. Nessa parte vamos tratar do desafio do Cuidado com as Pessoas Idosas; os novos modelos familiares que fragilizam a forma tradicional do cuidado; o fato de cada vez mais idosos estarem cuidando de outros idosos e a terceirização do trabalho do Cuidador que implica na criação de um mercado que precisa ser capacitado e fiscalizado. Uma outra atividade se volta para os aspectos financeiros. Como enfrentar as despesas necessárias com a terceirização desses serviços, com menos recursos no mercado? Como se posicionar diante das mudanças da Previdência? Como ficarão os que sequer vão conseguir chegar a ter uma aposentadoria? Como será o futuro dos adultos de hoje quando chegar o seu envelhecimento? A terceira será debater o papel dos conselhos, nas três esferas de poder, para efetivar todas as políticas necessárias. Teremos o Conselho Nacional do Idoso, como federal; o Conselho Estadual de Santa Catarina, como estadual e como representante municipal o Conselho da Pessoa Idosa de Jaguari, no Interior do Rio Grande do Sul, que tem uma execução de CMI e uma gestão de Fundo Municipal do Idoso bastante interessante, falou a Prof.ª Jussara Rauth.
Violência contra a Pessoa Idosa, o preconceito com a sexualidade dos idosos, o envelhecimento LGBT e o empoderamento social dos idosos, também serão abordados.
Envelhecimento no Rio Grande do Sul
Quando se lista as 10 cidades com as maiores proporções de idosos em relação ao número de habitantes, todas são gaúchas, sendo a maior parte delas pequenas e com economia rural.
1º – Coqueiro Baixo 29,38% de idosos (I) para 1528 habitantes (H); 2º Santa Tereza 27,09% (I) para 1720(H); 3º Relvado 26,03 (I) para 2155 (H); 4º Colinas com 25,37% (I) para 2420 (H); 5º Coronel Pilar com 25,1% (I) para 1725 (H); 6º Vespasiano Corrêa 24,42% (I) para 1974 (H); 7º União da Serra com 24,34% (I) para 1487 (H);8º Imigrante com 24,18% (I) para 3023 (H); 9º Travesseiro com 24,07% de (I) para 2314 (H) e 10º Silveira Martins com 23,97% (I) para 2449 (H).
Esses são números do Censo 2010 e na estimativa do IBGE para 2019 várias cidades devem diminuir a população.
Resgate histórico